Fórum Democrático: Fronteira Oeste é vitrine do Brasil para países do Mercosul



A distância entre os municípios da Fronteira Oeste e a necessidade de melhorias na infra-estrutura da região foram os principais pontos debatidos no município de Uruguaiana, durante a 17ª audiência do Fórum das Desigualdades Regionais, realizada no Clube Comercial.

As autoridades presentes também falaram sobre a necessidade de investimentos federais da região, pois ela é a porta de entrada do país para os vizinhos do Mercosul.
Com base na agricultura, com ênfase no cultivo de arroz, a economia fronteiriça vem sofrendo problemas principalmente no escoamento da produção devido às más condições das estradas e à distância existente entre os municípios da região, que encarece o preço do produto devido ao frete.

Para o presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento da Fronteira Oeste, Hildebrando dos Santos, um dos principais problemas é a distancia de cerca de 100 quilômetros entre os 12 municípios que compõem a Fronteira Oeste do Estado, o que ocasiona um isolamento entre as comunidades. Segundo ele, um dos pontos fundamentais para o desenvolvimento da região é a melhoria das estradas para agilizar o deslocamento entre as cidades, já que fisicamente é impossível encurtar as distâncias entre elas. De acordo com o presidente do Corede, há três municípios na região que ainda não têm acesso pavimentado. Santos apresentou, juntamente com a vice-prefeita de Alegrete, Leoni Fagundes Caldeira, o painel Desafios Locais e Regionais do Desenvolvimento.

O deputado Frederico Antunes (PPB) alertou para o fato de a fronteira Oeste ser o grande portal de entrada do Brasil para os países do sul, por isso devem ser aprimorados os investimentos nas áreas de transporte, treinamento de recursos humanos, pesquisa e tecnologia. Consequentemente, na sua avaliação, a energia obtida através do gasoduto Brasil-Bolívia poderia ser melhor aproveitada, atraindo investidores de outras regiões do estado e do país. “Nós cumprimos um papel de pára-choques da integração dos países do Mercosul e devemos ser vistos pelas autoridades federais como vitrine do Brasil. Ser canto do estado não significa que a região deve ser escanteada”, avaliou. Antunes.

O secretário de Estado do Gabinete da Metade Sul, Luiz Henrique Schuch, apresentou programas do governo estadual para o combate às desigualdades regionais. Segundo ele, estão sendo tomadas ações que envolvem a agregação de valor aos produtos das regiões, especialmente com a agroindustrialização e ações que visam destacar as especialidades regionais. Na sua avaliação, esses programas vão refletir positivamente para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul. Para a Fronteira Oeste, Schuch falou sobre um programa de pesquisa com base nos areais da região, transformando-os em potencialidade de renda e desenvolvimento para os municípios.

O economista Ilvo Debus falou sobre as condicionantes nacionais e internacionais do desenvolvimento regional. Debus é consultor da Fundação Getúlio Vargas e da Confederação Nacional de Municípios, para assuntos da Lei de Responsabilidade Fiscal e consultor-geral adjunto de Orçamento, Fiscalização e Controle do Senado Federal. Também participaram da audiência o deputado João Luiz Vargas (PDT), relator da Subcomissão das Desigualdades Regionais; o deputado Marco Peixoto (PPB), representando a Mesa Diretora da Assembléia Legislativa; e o deputado Berfran Rosado (PPS).


12/07/2001


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