Francisco Dornelles pede que Brasil não siga orientação da Unasul com relação ao Paraguai
O senador Francisco Dornelles (PP-RJ) fez nesta segunda-feira (25) um apelo à presidente da República, Dilma Rousseff, para que o Brasil não acompanhe a posição da União das Nações Sul-Americanas, a Unasul, com relação à crise política no Paraguai. Para o senador, o Brasil deve agir com cautela e serenidade e não exercer uma “missão de polícia” no país vizinho.
Na semana passada, o Congresso paraguaio aprovou em apenas 36 horas o impeachment do presidente Fernando Lugo. Sobre o assunto, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, declarou que o Brasil não tomará uma posição individual, mas seguirá o direcionamento da Unasul. A principal critica ao impeachment de Lugo foi o prazo exíguo no qual foi aprovado, que teria impedido ao presidente exercer direito de defesa no processo.
Dornelles observou que, ainda que haja dúvidas se o presidente paraguaio teve oportunidade de exercer plenamente sua defesa, cabe a ele recorrer à corte suprema do Paraguai quanto a isso. A corte suprema decidiu nesta segunda-feira que não houve quebra de preceitos constitucionais, considerando legal a destituição de Lugo.
- Eu acho que o Brasil deve atuar com muita cautela num caso como esse. O Paraguai é um grande aliado nosso, existem posições brasileiras muito importantes por lá. E o Brasil tem de atuar com relação ao Paraguai como um país grande e forte e respeitando a Constituição do país e seu Congresso. O Brasil não pode ser uma força policial, dizendo ao Paraguai o que ele deve ou ele pode fazer – defendeu, lembrando que esse poder de polícia costumava ser exercido, no passado, pelos Estados Unidos com relação aos países da América Central.
Francisco Dornelles disse ter visto com receio o anúncio do ministro Patriota de seguir orientação da Unasul. Em sua avaliação, a Unasul deve ser respeitada pelo Brasil como entidade, mas não se pode esquecer que, entre seus integrantes, há chefes de estado que “desrespeitam a liberdade de imprensa em seus países, desrespeitam com frequência o Congresso e ameaçam o poder Judiciário”. Logo, eles não teriam autoridade para opinar sobre democracia.
- Um apelo que eu faço à presidente Dilma é firmeza e serenidade, e que a posição do Brasil não seja conduzida por parceiros da Unsaul, onde existem pessoas que não têm nenhum compromisso com o Estado Democrático de Direito – pediu.
25/06/2012
Agência Senado
Artigos Relacionados
Brasil errou em relação ao Paraguai, afirma Francisco Dornelles
Francisco Dornelles pede desburocratização do sistema tributário
Francisco Dornelles pede atenção para contas externas
Francisco Dornelles pede que deputados aprovem projeto que desonera exportadores
Relação de Brasil e Paraguai será outro tema importante da sessão do Parlamento
Francisco Dornelles presta homenagem ao 'Jornal do Brasil'