Freire prevê resistência às propostas da reforma política



Os projetos relativos à reforma político-partidária, que poderão entrar na pauta da convocação extraordinária prevista para o período de 29 de janeiro a 14 de fevereiro, devem enfrentar resistência em sua votação pelo Congresso. A previsão é do senador Roberto Freire (PPS-PE), convicto de que, com exceção da proposta de financiamento público de campanha, as demais dificilmente contarão com amplo apoio parlamentar "por representarem o interesse de pessoas sem compromisso com o aprimoramento democrático do país".

Na opinião de Freire, a essência da reforma em questão é impor a tutela dos partidos políticos. "Com exceção do financiamento de campanha, o resto é idéia de uma elite autoritária que pretende engessar e manter a estrutura político-partidária dominante", declarou. Ao comentar o projeto sobre fidelidade partidária, o senador pernambucano criticou a intenção de se ampliar de um para quatro anos o prazo de filiação exigido dos candidatos a cargos eletivos.

"A fidelidade não deve ser imposta por lei", afirmou Freire, lembrando que a idéia remonta ao sistema político vigente na época do regime militar. Para o senador, o fortalecimento dos partidos não depende da obrigatoriedade de filiação prévia dos candidatos, mas da representatividade conferida pelo voto popular e pelo exercício da cidadania.

Já o financiamento público de campanha concorre, segundo Roberto Freire, para a transparência política e um maior controle da representação partidária, impedindo a influência dos grandes grupos econômicos. Com o objetivo de aperfeiçoar a proposta, o senador pernambucano destacou uma emenda apresentada que pretende atrelar o montante de recursos a ser repassado ao número de votos obtido pelo partido nas eleições nacionais.

12/01/2001

Agência Senado


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