FUNCIONALISMO FEDERAL NÃO TERÁ AUMENTO, MAS GASTOS SOBEM



O funcionalismo público federal não terá aumento geral em 2001, mas o custo dos 956 mil funcionários da ativa, incluindo os militares, continuará subindo. Conforme o projeto do orçamento de 2001, a União gastará com seus trabalhadores R$ 33,44 bilhões em salários e encargos sociais, um crescimento de 17,78%, comparando-se aos R$ 28,39 bilhões deste ano.
O aumento do gasto com ativos se deverá basicamente a correções de salários de algumas categorias (R$ 1,4 bilhão), à nomeação de novos servidores por concurso público (R$ 615 milhões) e ao crescimento vegetativo da folha salarial, entre outras coisas por mudanças de faixas de salário por tempo de serviço.
O pagamento dos funcionários da ativa consome 21,3% do orçamento da União, excluídos gastos com a Previdência Social e as transferências constitucionais para estados e municípios. Ao se computar os inativos neste cálculo, o peso de pessoal e encargos sobe para 38%. Ou seja, de cada R$10,00 de receitas do governo (exclui Previdência e transferências constitucionais), pessoal ativo e inativo e encargos sociais consomem R$ 3,80.
Ao analisar o orçamento enviado pelo Executivo ao Congresso, economistas das consultorias de orçamento e fiscalização da Câmara e do Senado afirmam que, finalmente, os gastos com pessoal da ativa voltaram a crescer em relação ao pagamento de inativos (aposentados e pensionistas). De qualquer forma, "a relação entre os dois grupos ainda se mostra preocupante", dizem os analistas do Congresso, uma vez que, para cada R$ 1,00 a ser gasto com servidores ativos, haverá um desembolso de R$ 0,78 com inativos.
Dos 956 mil funcionários da União, 207,8 mil trabalham na administração direta, 321,5 mil são militares, 195 mil trabalham em autarquias, 94 mil em fundações (especialmente nas universidades) e 36,7 mil em empresas públicas ou de economia mista. Cerca de 855 mil trabalham para o Executivo (89,5%), 79,6 mil são empregados do Judiciário (8,3%) e 21,3 mil do Legislativo (2,2%).
A se manter estabilizado em 2001 o número de funcionários da ativa, o salário médio bruto dos empregados federais ficará em R$ 2.915,00. Neste ano, a média deve ficar em R$ 2.475,00. Ou seja, os aumentos de salários que o governo concedeu neste ano a algumas categorias (a maior parte nada recebeu), somados ao crescimento vegetativo da folha de pagamentos, elevarão o salário médio do funcionário federal em 17,78%, sem descontar a inflação.

25/09/2000

Agência Senado


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