Garibaldi acha difícil clima político para a votação do Fundo Soberano
Indagado, nesta quarta-feira (4), sobre a intenção do governo de ver aprovada, ainda antes do recesso, proposta de criação do Fundo Soberano do Brasil (FSB), o presidente do Senado, Garibaldi Alves, informou que só um acordo de lideranças partidárias permitirá essa votação tão rápida. Questionado se o Senado tem ambiente político para esse acordo, respondeu: "não sei, acho difícil".
Ainda em gestação pela equipe econômica, a idéia que embasa esse fundo é aproveitar o superávit primário, que está acima da meta, e guardar recursos para eventuais dificuldades econômicas. De acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, esse fundo terá caráter eminentemente fiscal e permitirá o controle da inflação.
Perguntado se a iniciativa desse fundo será boa para o Brasil, o presidente do Senado disse que ainda não se debruçou sobre a matéria, nem foi informado pelo governo sobre como nem quando o projeto chegará ao Legislativo.
Na mesma entrevista e cercado por vereadores, o presidente do Senado foi questionado sobre a aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC 20/08) que aumenta o número de vereadores no país. Com vereadores argumentando a favor e contra a aprovação da proposta, Garibaldi disse que colocar agora a matéria para votação dependerá dos líderes.
À pergunta sobre se considerava moralizadoras as medidas que pretendem reduzir o número de vereadores, já que elas diminuiriam, também, o alto custo das câmaras municipais, Garibaldi respondeu:
- Olhe, do jeito que estão falando, o remédio terminou matando o doente. Fizeram uma redução tão grande que eles acham que não vão conseguir manter-se. É a opinião deles.
Ao ser indagado se haverá tempo para o Senado votar a PEC dos Vereadores num prazo que garanta as candidaturas às eleições deste ano, Garibaldi voltou a mencionar a divisão existente entre os próprios vereadores a respeito da conveniência dessa mudança constitucional.
Na mesma entrevista, o presidente do Senado afirmou que a Contribuição Social para a Saúde (CSS), objeto de divergências partidárias e prestes a ser votada na Câmara dos Deputados, pode até ser aprovada naquela Casa, mas a aprovação da matéria não é garantida quando o assunto chegar à deliberação dos senadores.
- O senhor não acredita que o apelo de um ano eleitoral pode convencer os parlamentares a não aprovarem esse novo imposto?
- Olha, eu acredito que isso poderá ser votado na Câmara. Eu soube ontem que tinham surgido divergências na própria Câmara, mas continuo acreditando que lá seja votado. Porém, no Senado, é outra história.
04/06/2008
Agência Senado
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