Garibaldi: "Acho que está na hora de os ânimos serenarem"



Preocupado com o tumulto que marcou a sessão em que se aprovou a criação da TV Brasil, o presidente do Senado, Garibaldi Alves, chegou na manhã desta quarta-feira (12) ao Congresso manifestando seu interesse no abrandamento dos ânimos. Ele anunciou que está mantida, para as 15h, a votação da proposta de lei orçamentária para 2008. E advertiu que vencerá esse embate quem puser mais parlamentares em Plenário - governo ou oposição.

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- Acho que está na hora de os ânimos serenarem. O que se viu ontem à noite deixou muita gente preocupada e até com tristeza. Muita gente deve ter dito uma coisa que estou aqui para impedir que se diga - que este Parlamento não tem jeito - disse Garibaldi em sua primeira entrevista do dia.

Em várias conversas com os jornalistas, o presidente afirmou ser inadmissível que o Plenário volte a se comportar assim, sustentando sempre que conduz os trabalhos da Casa dentro do estrito respeito ao Regimento Interno.

- Esta Casa precisa trabalhar em ordem e ontem o que se viu, em determinado momento, foi desordem. Mas não há um ditado que diz que amanhã será um novo dia? Eu não diria que amanhã será um novo dia. Eu diria que hoje nós podemos inaugurar uma nova fase no Legislativo. Vamos votar. O que interessa é a votação.

Ao explicar que sua preocupação na Presidência é fazer com que o regimento seja cumprido, o presidente do Senado afirmou que quem o descumprir, seja governo ou oposição, deve esperar punição.

- Reafirmo a nossa posição de independência. Ninguém se engane. Independência é fazer o que deve ser feito, não é fazer o jogo de ninguém.

- Como o senhor viu o recado dado ontem por Lula a respeito do comportamento da oposição depois de derrotar o governo na votação da CPMF? - indagaram-lhe.

- Acho que o presidente da República não deve mandar recado. Presidente não é para mandar recado. Presidente é para recomendar à sua base que vote. Essa coisa de mandar recado não é para presidente.

Ao definir a tensão que marcou a sessão da madrugada, Garibaldi afirmou que a obstrução feita pela oposição não foi apenas tenaz, mas obsessiva. "Creio que a oposição deve ser exercida sem exacerbação", aconselhou ele. O presidente do Senado disse que não é sua missão inibir a ação de ninguém, mas assegurou que a exasperação de qualquer bancada será coibida em nome do regimento.

- Não vou deixar de agir com energia todas as vezes que isso acontecer. Claro que desejo outro cenário para a votação do Orçamento. Vai haver uma certa frustração se a oposição repetir o comportamento de ontem. Mas não vamos admitir que se tumultue uma votação, seja isso feito pelo governo ou pela oposição. O que queremos é que a sessão se realize em obediência ao regimento.

Questionado pela imprensa por ter dado a impressão, durante a sessão da madrugada, de que renunciaria caso o tumulto do Plenário não lhe deixasse conduzir a sessão, Garibaldi disse que isso foi apenas uma impressão.

- Não, eu não pensei em abandonar a Presidência. Pensei que o não atendimento dos meus objetivos, que a frustração daquilo que eu desejo (a deliberação sobre os vetos, a limitação das medidas provisórias e a reformulação do processo orçamentário) implicaria um abandono. Se os senadores da oposição não me ajudarem a votar isso, quem vai me ajudar? Então, a minha renúncia não foi à Jânio Quadros. A minha manifestação, que pareceu uma ameaça de renúncia, referia-se à renúncia que a oposição estava fazendo a uma pregação minha.



12/03/2008

Agência Senado


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