SIMON: "ACHO DIFÍCIL QUE ITAMAR SEJA CANDIDATO"



Ao pedir a transcrição nos Anais do Senado da carta de refiliação de Itamar Franco ao PMDB, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) considerou hoje (dia 30) muito difícil o ex-presidente entrar na corrida sucessória. "É muito difícil que o Sr. Itamar Franco seja candidato. Sinceramente, não é o seu estilo. Para que ele seja candidato, tem que ser estimulado a fazê-lo", opinou o senador.

Conforme Simon, para Itamar disputar a sucessão tem que haver "um apelo generalizado" e, em sua opinião, não existe no Brasil atual condições para esse tipo de chamamento. No entender do senador, "as cartas estão marcadas, está aí a candidatura forte, positiva e completa do presidente da República". Apesar de considerar a força da candidatura de Fernando Henrique Cardoso à reeleição, ele admitiu haver mais nomes de peso.

- Acho que o Lula é outra candidatura forte; penso que esse Ciro Gomes tem uma impetuosidade que temos que respeitar; mas não creio na candidatura de Itamar, sinceramente. E acho que ele praticou um gesto muito bonito, increvendo-se no PMDB e não relacionando essa candidatura a qualquer vantagem ou compromisso - assinalou.

Conforme Simon, Itamar deixa claro em sua carta de filiação que seu nome está à disposição para entrar na corrida sucessória, embora reconhecendo que dentro do PMDB existem outras opções de candidaturas, como os senadores José Sarney (AP) e Roberto Requião (PR). Para Simon, "Itamar Franco pode ser candidato e pode não ser".

No mesmo discurso, Simon disse ter lido na imprensa declarações do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, segundo as quais não se deve perguntar quem é o pai do Plano Real, mas quem atrapalhou o Plano Real. Simon sustenta que desconhece alguém que tenha atrapalhado esse plano de estabilização econômica.

- Creio que o Brasil conhece não o pai, mas os pais do Real: o presidente da República, Itamar Franco; o ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso; o ministro Ricupero; o ministro Ciro Gomes; e posteriormente eleito presidente da República continua, com brilhante atuação, o presidente Fernando Henrique Cardoso, disse o senador.

Simon também explicou que, se limitarem essa questão à parte exclusivamente jurídica, basta examinar o Diário Oficial para ver quem o assinou no dia do lançamento do Plano Real. Mas frisou que nada disso obscurece "o trabalho extraordinário que, antes de o plano nascer juridicamente, executou o Sr. Fernando Henrique Cardoso".

30/09/1997

Agência Senado


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