Garibaldi alerta para risco da desertificação e defende a democratização do acesso à água
Em pronunciamento nesta segunda-feira (20), o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) chamou a atenção para os constantes alertas que vêm sendo dados pelas autoridades ambientais no que diz respeito à ameaça de desertificação de parcela significativa do território nacional, com destaque para o semi-árido nordestino, o semi-árido mais populoso do planeta.
Segundo Garibaldi, 32 milhões de pessoas vivem nessa região, "privadas dos bens de consumo mais básicos", entre eles água de boa qualidade para a satisfação de suas necessidades. Para o parlamentar, que se disse favorável à transposição do Rio São Francisco, "a melhor resposta que se vislumbra é levar água de onde tem para onde não tem".
- O nosso país possui 14% da água doce disponível para consumo no planeta. É inconcebível, diante de todo esse potencial, que fiquemos omissos ao grave risco de desertificação que atinge mais de 10% do nosso território - disse.
As péssimas condições das regiões desérticas, caracterizadas pela evaporação potencial em volume maior que a precipitação pluviométrica anual, solo ressequido e cobertura vegetal esparsa, conforme explicou o senador, fazem com que suas populações migrem para os grandes centros urbanos. Garibaldi lembrou quejá existe, inclusive, a figura do "refugiado ambiental".
- O indivíduo deixa seu país não por motivação político-ideológica, mas tão somente pelas condições climáticas e convivência com o clima. São mais de 10 milhões de pessoas que se encontram nessa situação - disse ele.
Ainda assim, Garibaldi observou que não existe, no Brasil, por parte do governo federal, uma ação de contrapartida correspondente à gravidade da situação. Ele informou que o Orçamento de 2007 prevê apenas R$ 12 milhões para o combate à desertificação, quando seriam necessários, em sua avaliação, R$ 2 bilhões por ano para frear o processo.
Garibaldi conclamou o país a se unir em torno desse debate, já que, segundo observou, "o meio-ambiente é um bem que não exclui".
- O meio-ambiente é o mesmo para o rico e para o pobre, para o negro e para o branco, para o idoso e para a criança. Quem tem dinheiro pode se isolar, construir mansões, contratar seguranças. No entanto, o ar que vai respirar é o mesmo respirado pelo indivíduo que vive à margem da sociedade, entregue à própria sorte - afirmou.
20/08/2007
Agência Senado
Artigos Relacionados
ALCÂNTARA ALERTA PARA RISCO DE DESERTIFICAÇÃO NO PAÍS
Valmir Amaral alerta para risco de falta de água
Jorge Viana destaca passagem do Dia Mundial da Água com alerta para risco de escassez
Capiberibe alerta para risco de conflitos internacionais gerados por disputa pela água
Garibaldi cobra ações que garantam universalização do acesso à água
Geovani Borges anuncia plano para democratização do acesso à internet