Garibaldi considera superada idéia de convocar Dilma Rousseff à CPI



O presidente do Senado, Garibaldi Alves, afirmou nesta terça-feira (1º) que é um fato consumado a rejeição da convocação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Cartões Corporativos. Garibaldi deu essa declaração ao ser indagado pela imprensa sobre a hipótese de nova convocação da ministra para explicar o dossiê que teria levantado gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

- Já houve um requerimento de convocação da ministra e a bancada do governo o rejeitou. Então eu creio que a CPI deve continuar no seu esforço de investigar, mas me parece que este fato já está consumado - disse Garibaldi, durante solenidade de comemoração do bicentenário da Justiça Militar, realizada no Quartel-General do Exército.

- Mas, presidente, ante as várias versões sobre este suposto dossiê, o senhor não acha que a ministra tem que se explicar? - voltaram a lhe indagar.

- Eu acho que já estão dando as explicações. Mas, se até agora, continuam as dúvidas, se as explicações não convenceram, tem que haver mais explicações, claro. Tem que haver esse esforço para tranqüilizar a opinião pública de que aquilo que houve não se tratou de manipulação de informações, não se tratou de um ato irregular.

- Então ela deve prestar depoimento?

- Eu já disse. A convocação dela foi rejeitada. É um fato consumado. Então eu creio que o assunto deve ser investigado. Mas se insistirem em apresentar novo requerimento, me parece que vai ser rejeitado de novo. Então, tem que procurar alternativas nessa investigação.

Queda da rejeição ao Congresso

Os jornalistas também perguntaram a opinião do presidente do Senado sobre a redução de 45% para 39% no índice de rejeição da população em relação ao Poder Legislativo, apurada em pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha. Para Garibaldi Alves, a melhoria foi pequena, mas significativa, e não é mérito seu.

- Esse é um sinal de que devemos continuar nesse esforço para recuperar a credibilidade do Congresso. Mas acho que a redução dos índices de rejeição se deve mais ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, que a mim. Eu cheguei agora e já encontrei um trabalho sendo realizado e estou reforçando esse trabalho. Pode ter um mérito meu, mas é pequeno. Estamos fazendo um trabalho grande no sentido de melhorar, mas sabe-se que não é fácil e não vai ser a galope que nós vamos conseguir.

Questionado se há chance de o Parlamento continuar crescendo na opinião pública e reduzindo seus índices de rejeição, o presidente do Senado mostrou-se otimista.

- Eu acho que, se votarmos os vetos, os atuais e os passados; se conseguirmos modificar o rito das medidas provisórias, de modo que elas não tranquem mais a pauta nem obstruam mais o esforço do Congresso para legislar; se nós conseguirmos melhorar a tramitação do Orçamento; eu acho que essa imagem vai melhorar. Pelo menos vamos dar um lustre nela.

Na cerimônia realizada no Quartel-General do Exército, sete senadores foram homenageados com a Comenda do Mérito da Justiça Militar. São eles: Tião Viana (PT-AC), Adelmir Santana (DEM-DF), Lúcia Vânia (PSDB-GO), Gerson Camata (PMDB-ES), Eduardo Suplicy (PT-SP), Raimundo Colombo (DEM-SC) e Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR).

Garibaldi Alves e Arlindo Chinaglia, que serão agraciados nos próximos dias com medalhas semelhantes, assistiram à solenidade ao lado do vice-presidente da República, José Alencar.

O Conselho Supremo Militar e de Justiça foi criado pelo príncipe regente, D. João, em 1808, na cidade do Rio de Janeiro. A partir da Constituição de 1891, passou a ter a denominação de Supremo Tribunal Militar. Desde a Constituição de 1946, é denominado Superior Tribunal Militar. 



01/04/2008

Agência Senado


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