Garibaldi diz que Chinaglia também irá sugerir menos sessões plenárias até as eleições



O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, informou ao presidente do Senado, Garibaldi Alves, que também pretende propor às lideranças partidárias daquela Casa a realização de apenas três semanas de deliberação plenária em agosto e duas semanas em setembro, a fim de conciliar os trabalhos legislativos com as eleições municipais. Garibaldi deu a informação tão logo chegou nesta terça-feira (5) ao Congresso.

Indagado sobre a razão desse recesso branco, se o Senado tem apenas três senadores disputando eleições, Garibaldi Alves explicou que os parlamentares não precisam ser candidatos para serem cobrados por não estarem em seus estados no momento de uma disputa como essa.

- É evidente que os senadores não precisam ser candidatos para terem obrigações nos pleitos, terem deveres para com os municípios. Os seus liderados, os seus companheiros cobram essa presença, e é o destino dos municípios que está sendo decidido. Cada senador é eleito pelas bases municipais. Não pode, de repente, ficar aqui e virar as costas para essa realidade. Seria muita hipocrisia negar isso e dizer que isso não existe, que não é um problema para os senadores - disse.

Garibaldi informou que ainda não propôs o recesso branco aos líderes, o que deverá fazer quando se reunir com eles, às 14h30 desta terça-feira. O presidente lembrou que o líder do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), tem uma proposta diferente, que seria a realização de votações em apenas dois dias da semana, o que o presidente do Senado também considera razoável. No entanto, afirmou, isso, da mesma forma, dependerá da deliberação de todos os líderes.

- Não vou adiantar a pauta porque ela será justamente definida nessa reunião. Claro que há três medidas provisórias trancando a pauta. Elas precisam ser votadas de imediato pra destrancar a pauta. Depois, há um elenco de propostas que precisam ser analisadas e votadas.

- Presidente, há necessidade de um cronograma especial para esse período? - indagaram-lhe.

- Há, sim. Seria bom que votássemos de uma forma mais concentrada, nesses dias, justamente para termos a possibilidade de realizar esse recesso branco, que eu considero imprescindível para participação nas eleições. Os senadores não podem ficar ausentes das eleições municipais. A não ser que tivéssemos lideranças sem nenhuma influência, aí, sim, ninguém ia querer a nossa presença no estado e seria melhor ficarmos aqui mesmo. Mas é o contrário. Se não formos, vamos ser cobrados. E não é cobrança a nível só de chefe político, não. É cobrança a nível da população do município que elegeu um senador e há uma eleição para escolher o prefeito e o senador não aparece.

Na mesma entrevista, concedida à entrada do seu gabinete, Garibaldi foi indagado sobre a ação da Polícia Federal, que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, tem definido como "interessada em aplausos". O presidente do Senado respondeu que, no seu entender, a PF está agindo com desenvoltura e cumprindo seu papel. Em sua opinião, as eventuais exorbitâncias é que estão sendo objeto de preocupação de Gilmar Mendes.



05/08/2008

Agência Senado


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