Garibaldi: Jucá apresentará novo requerimento para criação da CPI dos cartões
O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), informou na noite desta quinta-feira (7) que o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), autor do requerimento de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos cartões corporativos, comunicou-lhe por telefone que protocolará um novo requerimento de criação da comissão na próxima semana. Para isso, colherá novamente as assinaturas dos 31 senadores que apoiaram o documento original a partir da próxima segunda-feira (11).
A legitimidade do requerimento apresentado por Jucá, que, segundo Garibaldi, "será deixado de lado", foi questionada pela oposição, já que Jucá acrescentou ao documento, após a coleta das assinaturas, um parágrafo que informava o número de membros da comissão, os gastos previstos e a duração dos trabalhos.
- Falei com Jucá e ele entendeu o problema. Ele disse que o acréscimo feito foi de natureza operacional e que não havia atingido o objeto, o conteúdo da CPI. Mas ele disse que vai procurar cada um a partir de segunda-feira e acredita que terá a concordância de todos - afirmou o presidente.
CPI mista
Garibaldi também afirmou que considera "no mínimo pouco racional" que haja duas comissões parlamentares de inquérito no Congresso para investigar o escândalo dos cartões corporativos, em referência à tentativa dos parlamentares de oposição de criação de uma CPI mista para tratar do tema, a partir de articulações da Câmara dos Deputados.
- Seria banalizar. A essa altura em que governo e oposição têm tanta vontade de apurar, não vamos fazer disso uma batalha. Vamos para uma CPI só. Mas não vou interferir nisso. Eles que formulem o requerimento e eu, como presidente, vou decidir se vou atender ou não - disse.
O presidente do Senado acrescentou que "não está aqui para abafar CPI" e que não é "pizzaiolo".
A crise dos cartões corporativos surgiu a partir da publicação pela imprensa de denúncias de utilização desse recurso por membros do governo em despesas pessoais, como compras em free shops e lojas de instrumentos musicais. O escândalo causou a queda da então ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.
Os cartões de crédito corporativos do governo federal são indicados para gastos como compra de material, prestação de serviços e diárias de servidores em viagens. São distribuídos a servidores que ocupam postos-chave e que fazem pagamentos de urgência.
Gastos
Garibaldi reafirmou que o Senado começará a divulgar os gastos com a verba indenizatória para aos senadores a partir do balanço do mês de fevereiro. Ele lembrou que a determinação foi feita à Mesa já no período em que o senador Tião Viana (PT-AC) assumiu a Presidência interinamente.
- Não tenho nenhum interesse em esconder nada. Vou procurar os responsáveis e dizer que o que a Câmara faz, o Senado deve fazer. Os bons exemplos devem ser seguidos - disse, quando um repórter lhe perguntou por que apenas os gastos com a verba indenizatória serão divulgados, e não todos os gastos, como faz a Câmara.
07/02/2008
Agência Senado
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