Garibaldi manda investigar se "grampo" partiu do Senado



A caminho do seminário que a Editora Abril promove, em São Paulo, para celebrar os 40 anos da revista Veja, o presidente do Senado, Garibaldi Alves, afirmou, em entrevista por telefone, que esta Casa do Legislativo já está investigando a hipótese de ter-se realizado em suas próprias instalações a interceptação telefônica da conversa entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

- Já mandei investigar, já ouvi o diretor-geral [Agaciel Maia] e acho que o afastamento temporário da diretoria da Agência Brasileira de Inteligência [Abin], iniciativa tomada pelo presidente da República, foi a providência correta. Foi melhor, para que agora se investigue tudo - declarou.

Na mesma entrevista à Agência Senado, o presidente do Senado afirmou que a iniciativa governamental tem agora que se desdobrar no âmbito do Congresso. Em sua opinião, o Senado deve esforçar-se para aprovar o substitutivo que Demóstenes Torres apresentou a projeto do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) para disciplinar com mais rigor esse assunto.

- Agora tem que ter desdobramentos. O Senado precisa agir, precisa aprovar regras definitivas para coibir e punir escuta telefônica realizada sem autorização judicial - disse ainda.

No Senado

Logo depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afastou provisoriamente a diretoria da Abin, o presidente do Senado pediu explicações ao diretor-geral da Casa sobre a possibilidade de alguém violar a central telefônica da instituição para realizar a escuta de que foram vítimas Demóstenes Torres e Gilmar Mendes.

Agaciel Maia lembrou a Garibaldi que, todas as vezes que investigou a possibilidade de grampo telefônico dentro do Senado, a perícia técnica terminou constatando que o ilícito não foi praticado no interior da Casa.

- Eu expliquei ao presidente que nossa central fica dentro de uma sala-cofre. Não se pode acessá-la sem deixar registrados ali o login (conjunto de caracteres que identifica quem acessa um sistema computacional) e a impressão digital. É um acesso restrito e altamente identificável. É praticamente impossível a um estranho entrar ali. Todas as vezes que se investigou a hipótese de grampo nesta Casa, constatou-se que a possibilidade disso aqui é remota - afirmou Agaciel.

A transcrição, pela revista Veja, de um diálogo entre o presidente do STF e Demóstenes Torres, que teria sido gravado por um agente da Abin, movimentou os três Poderes da República por toda a segunda-feira (1º). Entre os alvos de escutas telefônicas irregulares, de acordo com a revista, estariam também Garibaldi Alves e os senadores tucanos Arthur Virgílio (AM), Tasso Jereissatti (CE) e Alvaro Dias (PR).Ao final do dia, o presidente da República anunciou o afastamento temporário da diretoria da Abin.



02/09/2008

Agência Senado


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