Garibaldi dá cinco dias para Polícia Legislativa investigar grampo
O presidente Garibaldi Alves fixou em cinco dias o prazo para a Secretaria de Polícia do Senado investigar a hipótese de ter partido da instituição o grampo telefônico que interceptou conversa entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). De acordo com matéria publicada pela revista Veja, entre os alvos dessa escuta estariam também os senadores do PSDB Arthur Virgílio (AM), Tasso Jereissati (CE) e Alvaro Dias (PR), além do próprio Garibaldi Alves.
Numa primeira entrevista concedida a respeito do assunto, ao ouvir de um repórter que a Polícia Legislativa da Casa pedira um prazo de 30 dias para fazer essa investigação, Garibaldi considerou que três dias seriam suficientes, a menos que fosse convencido do contrário. Mais tarde, depois de conversar com o diretor-geral da Casa, Agaciel Maia, e com o diretor da Secretaria de Polícia Legislativa, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, o presidente fixou esse prazo em cinco dias.
Indagado sobre a idéia de criar-se uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar esse grampo, o presidente do Senado afastou a iniciativa. Disse que, se os parlamentares quiserem acompanhar a investigação a ser feita pela Polícia Federal poderão constituir uma comissão de acompanhamento desses trabalhos. Garibaldi manteve sua opinião mesmo depois de ser informado de que o PPS, o DEM e o PSDB estão interessados em criar essa CPI.
- No momento, eu acho que não é necessário, até porque já existe uma CPI dos Grampos. Ora, nós temos aqui a experiência da existência de duas CPIs funcionando ao mesmo tempo. Isso é recente e não apresentou bons resultados - disse.
Garibaldi foi também indagado se a Polícia Legislativa precisará da ajuda da Polícia Federal para conduzir suas investigações. Respondeu que pediu urgência nessa investigação e que, se a Polícia da Casa necessitar dessa ajuda, isso será pedido. Na mesma entrevista, o senador foi indagado sobre um boato.
- Presidente, o senhor ouviu a tese de que cresceu a idéia de que a "Grampolândia" seria aqui no Congresso mesmo, que vários senadores foram grampeados e que haveria uma série de interesses nisso, inclusive uma disputa interna muito forte? Isso chegou ao ouvido do senhor?
- Chegou em forma de boato. Desculpe-me, mas não há nada de consistente nisso. Boato há porque aqui e acolá se ouve isso. Mas não há nada que se possa dar de crédito a respeito - declarou.
Teresa Cardoso / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
03/09/2008
Agência Senado
Artigos Relacionados
Garibaldi manda investigar se "grampo" partiu do Senado
Apuração interna conclui que Polícia Legislativa não foi usada para investigar senador
Polícia Legislativa abre inquérito para investigar denúncias do casal Zoghbi
Polícia Legislativa do Senado vai investigar denúncia de Demóstenes contra Agaciel
Garibaldi diz que grampo deve ser investigado em três dias
Polícia Legislativa entrega às 15h30 a Garibaldi relatório sobre escutas telefônicas no Senado