Garibaldi pede cautela na avaliação de novas denúncias contra Dilma



O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, recomendou cautela na avaliação das denúncias de que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e a secretária-executiva da pasta, Erenice Guerra, teriam favorecido o fundo norte-americano Matlin Patterson e os três sócios brasileiros durante a venda da VarigLog e da Varig.

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Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada nesta quarta-feira (4), a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu relatou que Dilma e Erenice a teriam pressionado a tomar decisões favoráveis ao fundo norte-americano. Denise Abreu deixou a Anac em agosto de 2007 em meio a acusações feitas durante a CPI do Apagão Aéreo.

Para Garibaldi, ainda que Denise Abreu tenha ocupado um posto-chave no governo, suas acusações só têm peso se ela tiver condições de apresentar provas.

- Não acredito que a ministra fosse capaz disso. As denúncias têm que ser fundamentadas - sustentou.

Na sua avaliação, uma convocação da ministra da Casa Civil para prestar esclarecimentos sobre o caso seria prematura neste momento. O presidente do Senado também disse discordar da eventual instalação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar o caso.

- Tudo aqui está virando CPI; não pode ser assim. A CPI é um instituto relevantíssimo, e estamos vendo aí CPIs frustradas, terminando de maneira melancólica - lamentou.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), frisou que a ministra já deu todas as explicações necessárias. A seu ver, o que existe é, mais uma vez, "uma tentativa de politizar o fato em cima de Dilma", ou o "ressentimento de alguém que quer marcar posição".

A oposição, porém, já anunciou que pretende ouvir no Senado as explicações de Dilma Rousseff.

- Há muito tempo ela está tramitando por caminhos movediços. Chega de proteção: desta vez ela vai precisar enfrentar a verdade e abrir mão de sua tropa de choque - disse o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM).

O parlamentar informou que PSDB e DEM devem apresentar requerimento solicitando o comparecimento da ministra à Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI), a mesma em que Dilma foi ouvida, no início de maio, sobre o andamento das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e sobre o suposto dossiê de gastos com cartões corporativos do governo Fernando Henrique Cardoso.

- Desta vez, ela não poderá dizer que a comissão não é o foro adequado - comentou Arthur Virgílio.



04/06/2008

Agência Senado


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