Garibaldi quer ações mais efetivas dos governos no combate ao 'crack'



O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) cobrou nesta quarta-feira (12) ações mais efetivas dos governos federal e estadual no combate ao crack. Ele também apontou a necessidade da participação do Congresso Nacional no debate do problema e do empenho da sociedade e da mídia para a conscientização sobre os efeitos da droga.

Garibaldi Filho salientou, entre os problemas relacionados ao crack - subproduto da cocaína - a rápida dependência causada pela droga, sua ação devastadora no organismo e seu baixo custo, o que leva o usuário a trocar qualquer bem por determinada quantidade de crack.

O senador se disse sensibilizado pelo depoimento de mães de viciados em crack durante audiência pública sobre o tema realizada na terça-feira (11) na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, por sua impotência em face do alto poder de destruição da droga. Ele apontou a necessidade de ajuda especializada aos dependentes da droga e de espaços próprios para o seu atendimento.

Garibaldi lembrou que os especialistas presentes á audiência pública foram unânimes em considerar o crack como "a mais terrível" entre as drogas existentes na atualidade.

Apoio

Em aparte, o senador Flávio Arns (PSDB-PR) mencionou os dados apresentados por especialistas, durante a audiência pública na CAS, segundo os quais quase 400 mil entre as atuais 1,5 milhão de pessoas usuárias de crack morrerão em cinco anos vítimas da droga. Arns alertou ainda para a denúncia de especialista de que os Centros de Atendimento Psicossocial (CAPs) são "insuficientes e inadequados" para o tratamento da dependência. Acrescentou que as comunidades terapêuticas, geralmente vinculadas a entidades religiosas, sofrem preconceito por parte das autoridades federais, que lhes negam recursos públicos.

Já o senador Paulo Paim (PT-RS) observou que um especialista durante a audiência pública esclareceu o mito de que o dependente de crack não poderia se livrar do vício depois de iniciado seu uso. Os dados apontam para recuperação entre 20% e 30% em países como Alemanha e Estados Unidos com mais investimentos governamentais e métodos apropriados de combate à dependência.

Augusto Botelho (PT-RR) criticou o fim das internações psiquiátricas para esse fim. César Borges (PR-BA) julga que o poder público deve intensificar as ações de repressão ao tráfico, com o uso de tecnologia e recursos financeiros. Elogiou a campanha da Rede Brasil Sul de Comunicações (RBS) de prevenção ao uso do crack.

Ao final de seu discurso, Garibaldi Alves lembrou que a Frente Parlamentar Mista de Combate ao Crack, criada recentemente pelas duas Casas do Parlamento, vem discutindo alternativas com o governo para solucionar a questão.



12/05/2010

Agência Senado


Artigos Relacionados


Paulo Davim cobra ações mais efetivas no combate à mortalidade materna

Waldemir Moka pede mais ações concretas no combate ao uso do 'crack'

FRANCELINO QUER MEDIDAS EFETIVAS DE COMBATE À SECA EM MINAS GERAIS

União e governos do Nordeste discutem ações de combate à seca

Oficina em SP discute ações prevenção e combate ao crack

Ações preventivas de combate ao crack em discussão no Senado