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A declaração de Garibaldi foi feita após a reunião que teve com os líderes nesta terça-feira (19) e que contou ainda com a participação do presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia. No encontro, os parlamentares também discutiram propostas de mudanças no processo de tramitação de medidas provisórias e providências para a votação de vetos presidenciais a projetos aprovados pelo Legislativo.

Ao final da reunião, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que continua tentando negociar junto ao governo para que um parlamentar do PSDB ocupe a presidência da CPI mista.

- Estou lutando pelo entendimento. Todos querem investigar e propor melhoras no controle de gastos. Depois que o requerimento da CPI mista for lido, aí, sim, esse assunto começará a ser discutido na prática - disse Jucá.

O vice-líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PR), considera "excesso de zelo" do governo não abrir mão da presidência da CPI mista para um parlamentar oposicionista. Na opinião de Alvaro Dias, o papel do presidente é apenas seguir o regimento e manter o ritmo de trabalho da comissão.

- O presidente cumprirá o papel de árbitro, de administrar tensões em uma CPI que tem tudo para ser nervosa. Na relatoria ainda dá para fazer jogo, mas a presidência apenas segue o regimento - lembrou Alvaro Dias.

Caso a oposição não consiga nenhum cargo de direção na comissão, Alvaro Dias acredita que a melhor estratégia seria a oposição "radicalizar" a atuação na CPI. O senador sugeriu que os parlamentares levem todas as denúncias que surgirem na comissão diretamente ao Ministério Público.

- Com o governo na presidência e relatoria, já se sabe que o relatório final será faccioso e a CPI será chapa-branca - alertou Alvaro Dias.

A líder do bloco de apoio ao governo, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), destacou após a reunião que nos últimos anos foram feitas CPIs comandadas apenas por parlamentares governistas, como também com a direção compartilhada com a oposição. Ideli afirmou que não há questão fechada no PT sobre o direito de a oposição tomar parte da direção da CPI mista dos cartões corporativos, mas afirmou que o importante é que a comissão investigativa não se transforme no "único foco de trabalho parlamentar". A senadora lembrou que há três CPIs em processo de instalação ou funcionando no Senado atualmente - a das ONGs, a dos cartões corporativos e a da pedofilia.

- O Senado não pode ser única e exclusivamente uma delegacia de polícia. Nosso papel é legislar - disse.

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