Garibaldi: "Senado tem que atuar para excluir a possibilidade de novos escândalos"



Ao integrar o Senado, nesta terça-feira (13), na campanha "O que você tem a ver com a corrupção?", o presidente da Casa, Garibaldi Alves, afirmou que o Legislativo tem muito a ver com esse assunto, sim. Ele criticou a lentidão do Parlamento em aprovar normas capazes de combater a corrupção, respondendo ainda às críticas dos que entendem que ele vive falando mal do Congresso. "É só tomarmos um rumo diferente", respondeu ele, acrescentando que ninguém mais do que ele deseja ver essa instituição recuperada.

Garibaldi Alves, Efraim Morais (primeiro secretário), Agaciel Maia (diretor-geral) e representantes da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público, do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais, da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil e da Associação Brasileira dos Tribunais de Contas dos Municípios assinaram um termo de cooperação como parceiros no projeto "O que você tem a ver com a corrupção?", destinado a conscientizar a sociedade sobre os prejuízos causados por esse mal.

- Eu acho que o Congresso Nacional tem tudo a ver. O Senado então tem tudo a ver, aliás, já deveria estar fazendo muito depois do que se passou aqui. Porque alguns projetos estão parados, como é o caso do que reestrutura o Conselho de Ética e do projeto que exige o voto aberto nos julgamentos de casos de corrupção. Nada disso anda. Vocês poderiam me perguntar: por que isso não anda? O Senado então não aprendeu? Quando é que o Senado vai aprender? E eu diria a vocês que é uma coisa que o Senado precisa imediatamente fazer. É dar conta desses projetos, é aprovar isso, é o mínimo que se pede ao Senado.

Garibaldi Alves afirmou que, mais do que qualquer outra instituição, o Legislativo deveria ter pressa em votar iniciativas que combatam uma corrupção freqüentemente vista de perto pelos senadores.

- O que é que você tem a ver com a corrupção? O Senado tem muito a ver no sentido de votar,. O Senado não pode, de maneira nenhuma, compactuar com essa lentidão. Eu gosto muito de fazer a autocrítica do Senado e por isso mesmo alguns me condenam. Algumas pessoas aqui no Senado andam me condenando, dizendo que eu só faço é falar mal do Senado. Eu falo a verdade. Eu, como presidente, conheço melhor que ninguém o que está se passando aqui e falo a verdade. Se quiserem que eu fale outra coisa vamos fazer com que eu fale outra coisa. É só tomarmos um rumo diferente. Ninguém mais do que eu tem o desejo de ver esse Senado recuperado o mais rápido possível, porque eu estou na sua presidência, eu estou com uma responsabilidade muito grande.

Atuando como mestre de cerimônia da solenidade, o ator Milton Gonçalves, disse que o Senado "é a última barreira antes do caos" na luta da sociedade brasileira para erradicar a corrupção. Ele disse que esse mal pode e deve ser combatido a partir do seu âmago, basta que a sociedade acredite em sua força para vencer essa doença. Milton Gonçalves citou o compositor e cantor Raul Seixas para afirmar que "sonho que se sonha só é um só um sonho, mas sonho que se sonha junto é realidade"

Definido pelo presidente do Senado como um cruzado contra a corrupção, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) foi convidado a encerrar a solenidade. Ele definiu como espetacular o papel desempenhado por Garibaldi Alves à frente do Senado e acrescentou:

- Há muito tempo, eu não via um presidente querendo botar o Senado no seu lugar. O Garibaldi disse: pare com as medidas provisórias. Ele está tendo essa competência. Ele está tendo a serenidade de colocar o dedo no nariz das coisas. O Senado hoje vive um grande momento com meu amigo Garibaldi Alves.

Simon também definiu como singelo o momento ali vivido pelo Senado e pelas instituições a que se associou para uma campanha de combate à corrupção. E encerrou seu discurso propondo que os 81 representantes da federação no Senado assinassem, a começar por Garibaldi, um documento revogando a Lei de Gerson.

- Eu acho que Vossa Excelência deveria iniciar, assinado em primeiro lugar, esse documento. Depois os 81 senadores assinariam. Alguém dirá: mas não foi votada a Lei de Gerson. Como é que nós vamos revogar uma lei que não existe? Ela existe, sim. Está revogada a lei Gerson, de levar vantagem em tudo. E, a partir de agora, cada um assuma sua responsabilidade.



13/05/2008

Agência Senado


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