GERALDO CÂNDIDO DIZ QUE ESCRAVATURA NÃO ACABOU
O senador Geraldo Cândido (PT-RJ) afirmou hoje (dia 13), quando se comemora a abolição da escravatura no Brasil, que ela está longe de acabar. "Temos no país um contingente de milhões de excluídos, que são escravos modernos. O escravo antigo tinha comida e teto, mas vivia sob o chicote. O escravo de hoje não ganha comida nem teto, mas continua a viver sob o chicote", afirmou.Para Geraldo Cândido, a comemoração do Dia da Abolição da Escravatura deveria ser transformado em "Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo e a Miséria". O senador disse que, desse modo, a sociedade brasileira poderá se conscientizar da necessidade de combater o trabalho escravo no Nordeste e no Norte, onde até crianças menores de 14 anos trabalham por um prato de comida.Geraldo Cândido lembrou as raízes históricas da escravatura no Brasil: "Os colonizadores, vindos de um mundo onde a nobreza estava decadente, chegam com o ideal da fidalguia: ser filho de alguém, sem precisar trabalhar porque dispõe de escravos. O trabalho, assim, já nasce desprestigiado, como algo inferior, realizado por gente também inferior", explicou.- Como o escravo era negro, a discriminação racial logo se juntou a esse modelo. Hoje, 111 anos depois da abolição, reconhece-se que a discriminação ainda existe e é necessário políticas específicas para vencer a situação. Nesse momento de grave crise moral, política e econômica, talvez seja o instante ideal para transformações de consciência, que se revertam em ações contra a histórica e abominável discriminação racial".
13/05/1999
Agência Senado
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