GERALDO CÂNDIDO DIZ QUE PODE ESTAR HAVENDO SABOTAGEM NA PETROBRAS



O senador Geraldo Cândido (PT-RJ) disse que pode estar correta a hipótese levantada pela Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet) de que estaria havendo sabotagem contra a Petrobras como forma de justificar sua futura privatização. Ele baseou sua opinião no grande número de acidentes envolvendo a empresa este ano - o primeiro foi o vazamento na Refinaria Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, que poluiu a Baía da Guanabara.- Pode estar havendo um processo para desmoralizar a Petrobras e, a partir daí, justificar o início de um processo para sua privatização. Esta hipótese não parece nenhum absurdo, até porque os acidentes têm se tornado rotina. A teoria dos engenheiros começa a tomar corpo porque é impossível haver tantos acidentes na empresa com o corpo de segurança treinado que ela tem - afirmou Geraldo Cândido.Segundo o senador pelo Rio de Janeiro, a Aepet chegou à conclusão de que as causas do vazamento que poluiu os rios Barigüi e Iguaçu, no Paraná, foram as mesmas que provocaram o derramamento de óleo na Baía da Guanabara. Ele acrescentou que a Associação de Engenheiros acredita que a repetição de falhas idênticas indica o descaso com que o presidente, os diretores e os conselheiros da estatal tratam a questão ambiental.Geraldo Cândido registrou que, de acordo com levantamento feito pela organização SOS Mata Atlântica, desde o dia 17 de dezembro do ano passado ocorreram sete acidentes provocados pela Petrobras em Salvador, Rio de Janeiro, São Sebastião (litoral paulista) e no Paraná. "O Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro denunciou outros dois acidentes no Maranhão e no Amazonas", acrescentou.Esta série de acidentes, para Geraldo Cândido, tem uma causa objetiva: a política de redução de pessoal da Petrobras. Citando dados do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) do Paraná, o senador informou que o número de trabalhadores na refinaria do estado que chegava a 900 em 1995 caiu para 580 no ano passado, o que representa uma redução de aproximadamente 40%.- E para complementar essa política de desmonte, existe a prática da terceirização. Com isso deprecia e desprestigia mão-de-obra qualificada, técnicos com vasta experiência e que conhecem a empresa - criticou Geraldo Cândido.

01/08/2000

Agência Senado


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