Gestão Democrática: oposição apresenta substitutivo de última hora



As bancadas de sustentação do governo na Assembléia Legislativa foram surpreendidas na tarde de hoje (12/09) com um substitutivo do PFL, PMDB, PPB, PSDB e PTB ao projeto de Gestão Democrática nas Escolas Públicas, do Executivo estadual, construído com a comunidade escolar. "Este substitutivo apresentado de última hora golpeia a democracia", criticou a deputada Maria do Rosário (PT), assinalando que como o governo sempre esteve disposto a negociar, acatou as sugestões de emendas apresentadas durante as cinco audiências públicas da Comissão de Educação que abordaram o tema no interior e na capital. As alterações acolhidas pelo Executivo foram entregues ao presidente da Comissão de Educação, deputado Onix Lorenzoni (PFL) que sequer se manifestou. Junto com os deputados da direita e influenciado pela deputada Iara Wortmann (PMDB), Lorenzoni e seus aliados deram um verdadeiro golpe na sociedade e na comunidade escolar. "Educação para nós do PT se constrói coletivamente, com democracia, com a participação de todos os envolvidos no processo. Não pode ser, portanto, uma obra isolada de algum iluminado", salientou Maria do Rosário. Para a deputada Luciana Genro (PT), o central do debate é que a deputada Iara Wortmann (PMDB) ainda não se conformou que perdeu o cargo de Secretária da Educação e quer a qualquer custo impor a sua vontade. "Iara colocou no lixo uma discussão de dois anos, um trabalho construído conjuntamente por professores, pais, alunos e funcionários de escolas", lamentou Luciana, para quem democracia não se faz com um substitutivo retirado da manga. "Ao defender a avaliação externa e a sucessiva recondução de diretores, Iara se contradiz com a gestão democrática". O vice-presidente da Comissão de Educação, deputado Edson Portilho (PT) disse que a Gestão Democrática é uma luta histórica da categoria que há anos vem reivindicando eleições por chapa e a ampliação do prazo de dois para três anos, conforme prevê o projeto do governo. "Estamos diante de um substitutivo demagógico, que incorpora as gratificações para às direções de escolas, quando estas já estão previstas na lei das Funções Gratificadas", acrescentou. Constrangido com os termos utilizados pelo deputado João Osório (PMDB), o deputado Dionilso Marcon (PT) observou que tal parlamentar não deveria se referir aos professores e funcionários de escolas - que lotaram as galerias - como mal educados. "Tenho apenas até a sexta série, mas respeito quem tem graduação e pós-graduação e, para mim, quem chama professor de mal educado é quem não teve escola. Marcon entende que democracia consiste em ouvir as partes para construir o todo e não sacar do fundo do baú um substitutivo para impor à sociedade.

09/12/2001


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