Gilberto Gil participa na próxima semana de audiência na Comissão de Educação
O ministro da Cultura, Gilberto Gil, comparece na próxima terça-feira (20) à Comissão de Educação (CE), para falar sobre a política cultural a ser colocada em prática pelo atual governo nos próximos anos. O requerimento solicitando a presença do ministro, de autoria dos senadores Osmar Dias (PDT-PR), presidente da comissão, e Hélio Costa (PMDB-MG), foi aprovado na reunião da comissão desta terça-feira (13). A audiência está marcada para as 10h.
Na quarta-feira (21), a CE ouvirá, também em audiência pública e no mesmo horário, o secretário de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República, Luiz Gushiken. Ele vai prestar esclarecimentos sobre as novas normas de apoio das estatais à produção de filmes brasileiros.
O requerimento convidando Luiz Gushiken foi assinado pelos líderes do PSDB, Arthur Virgílio (AM), e do PFL, José Agripino (RN), com o endosso do presidente da Subcomissão do Cinema, Comunicação Social e Informática, Roberto Saturnino (PT-RJ).
Eles entendem que Gushiken deve dar maiores detalhes a respeito da política de incentivo oficial a projetos culturais, com destaque para a produção de filmes, principalmente após o cineasta Cacá Diegues ter criticado, em recente entrevista ao jornal O Globo, a suposta intenção do governo de condicionar o financiamento estatal a uma contrapartida social por parte dos produtores.
Numa segunda etapa, com data ainda a ser marcada, a Comissão de Educação ouvirá os cineastas Cacá Diegues, Zelito Viana, Nelson Pereira dos Santos e Walter Sales, além de um representante do Congresso Brasileiro de Cinema (CBC). Todos opinarão sobre a melhor maneira de o governo, por meio de incentivos fiscais, ajudar o cinema nacional. O requerimento é de autoria do senador Demostenes Torres (PFL-GO) e das senadoras Iris de Araújo (PMDB-GO) e Ideli Salvatti (PT-SC).
O senador Hélio Costa criticou o que qualificou como -maneira quase paternalista- com que o governo, ao longo dos anos, vem subsidiando a produção de filmes nacionais. De acordo com ele, o que se gasta de dinheiro público com um filme, -que muitas vezes é de baixa qualidade-, daria para o governo construir um bom teatro no interior do país ou ajudar, financeiramente, centenas de grupos teatrais ou outros grupos de qualquer manifestação cultural, espalhados pelo Brasil.
A senadora Ideli Salvatti disse que a presença dos cineastas na CE servirá, também, para que sejam tiradas dúvidas a respeito do que chamou de dirigismo geográfico dos recursos oficiais, principalmente para as produções que são feitas nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. O senador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) enalteceu o atual momento que o cinema nacional passa, com a produção de excelentes filmes que vêm sendo aplaudidos por milhões de espectadores.
13/05/2003
Agência Senado
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