Gilberto Goellner defende uso de óleo vegetal como combustível



O biodiesel não pode ser considerado o único programa de combustível verde à disposição da frota de veículos movidos a diesel no Brasil. Esta é a opinião do senador Gilberto Goellner (DEM-T), que defendeu, nesta quinta-feira (4), a aprovação de projeto de sua autoria (PLS 81/08) prevendo a comercialização e o uso de óleo vegetal como combustível para diminuir os altos níveis de poluição produzidos pela frota de veículos pesados brasileiros e reduzir a dependência do petróleo estrangeiro.

O parlamentar apontou como uma grande vantagem para essa substituição o fato de o óleo vegetal in natura ter um custo muito inferior ao biodiesel que hoje compõe em 3% o diesel brasileiro. Além disso, por ser uma matriz energética isenta de enxofre, seria uma maneira viável para reverter o quadro de poluição dos grandes centros urbanos. Goellner informou que, no Brasil, existem 2,4 milhões de caminhões e ônibus que representam menos de 10% da frota, mas que emitem mais de 45% dos gases poluentes para a atmosfera. A situação piora graças ao o óleo diesel brasileiro, que segundo ele, é "de péssima qualidade".

Uma das ideias defendidas pelo senador é a de que as 12 capitais brasileiras que serão sedes dos jogos da Copa do Mundo de 2014 adotem o óleo vegetal como combustível das frotas de ônibus urbanos. Ele citou inclusive já ter apresentado o projeto para capitais como São Paulo, Goiânia e Cuiabá.

- Precisamos reduzir nossa dependência de petróleo. Os óleos vegetais têm produção segura e a baixo custo no Brasil. Ainda, na cadeia produtiva, podemos contabilizar os créditos de carbono relacionados a não emissão de poluentes - ressaltou.

Para discutir o assunto e o teor do projeto, ele anunciou a realização de audiência pública conjunta das comissões de Reforma Agrária (CRA) e de Serviços de Infraestrutura (CI), quando serão ouvidos representantes da Agência Nacional de Petróleo, dos Ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e de especialistas.

Veículos leves

Gilberto Goellner explicou que os 28 milhões de veículos leves do Brasil consomem 45 bilhões de litros de combustível por ano, mas que 25 bilhões são de álcool etanol, combustível limpo, o que reduz a emissão de partículas poluentes. O óleo diesel brasileiro tem 3% de biodiesel (B3), uma tentativa de diminuir a emissão, mas a quantidade não pode ser maior porque o produto é "altamente solvente" e danifica os motores. Hoje, no país, os fabricantes de veículos permitem o uso de no máximo 5% de biodiesel (B5).

Em contrapartida, na Europa, desde 2007 os fabricantes já comercializam veículos prontos para receber o óleo vegetal in natura, e a tecnologia permite, inclusive, que se reutilize óleos de frituras de restaurante, fábricas e até de residências, tirando daí vantagens "social, econômica e ambiental".



04/06/2009

Agência Senado


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