GILVAM BORGES CONDENA ABERTURA DE CPI SOBRE PRIVATIZAÇÃO DA TELEBRÁS



O senador Gilvam Borges (PMDB-AP) condenou nesta sexta-feira, em plenário, a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possíveis irregularidades na privatização das empresas do Sistema Telebrás. Para ele, o Congresso não pode cair no "ridículo" de montar uma CPI para nada.- As denúncias são motivadas por interesses comerciais e eleitorais contrariados e baseadas em escutas clandestinas editadas e cópias de documentos grosseiramente montadas - afirmou o senador.Gilvam elogiou a iniciativa do presidente Fernando Henrique de determinar ao Ministério Público e à Polícia Federal a investigação dos grampos telefônicos. Ele também louvou a atitude do ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, de ter comparecido ao Senado para prestar esclarecimentos.- A atuação do ministro visou o interesse público e o aumento do resultado da privatização. Está patente que o BNDES e o Ministério das Comunicações proporcionaram a todos igualdade de condições de competição - avaliou o senador.O Congresso, continuou, somente deve abrir uma CPI caso sejam comprovadas irregularidades pela procuradoria ou pelas autoridades policiais. Na opinião de Gilvam Borges, a montagem de uma investigação parlamentar neste momento seria uma tentativa golpista de atingir a idoneidade de um governo "retilíneo".- Uma coisa é discutir diferenças de pontos de vista dentro do campo da política, outra é desqualificar adversários com calúnias - disse, referindo-se ao que chamou de "edição maldosa e selecionada" das escutas telefônicas feita pela revista Veja.Em aparte, o senador Ernandes Amorim (PPB-RO) defendeu a abertura de CPI para que sejam prestados à população esclarecimentos sobre os episódios.- Deve ser feita uma apuração profunda dessa licitação e da participação do ex-presidente do BNDES no processo. Devemos apurar o que não se sabe e o que não se viu - disse o senador de Rondônia, referindo-se a Mendonça de Barros.O senador Júlio Campos (PFL-MT), falando como vice-líder de seu partido, disse acreditar que, se houver irregularidades, com certeza, o presidente Fernando Henrique Cardoso não estará envolvido.- Se depender do envolvimento do presidente, não teremos CPI. Ele tem provado nesses quatro anos que sempre teve comportamento ético. Tive a honra de conviver com ele no plenário do Senado e posso afiançar que o presidente jamais será atingido - afirmou Júlio Campos.

20/11/1998

Agência Senado


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