Governo adota medidas específicas para combater efeitos da crise no Brasil, diz Henrique Meirelles



Ao dar explicações a parlamentares sobre as medidas adotadas pelo governo federal para combater os efeitos da crise financeira internacional no Brasil, durante audiência pública na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afastou a possibilidade de se implementar, no país, ações similares a adotadas em outros países como Estados Unidos e China.

Segundo Meirelles, o Brasil, por ter problemas apenas de falta de liquidez e falta de financiamentos para exportações - não tendo sido verificadas perdas de capital em suas instituições financeiras, como nos Estados Unidos e nem falta de demanda por exportações, como na China -, precisa aplicar remédios específicos para tais problemas.

- Todas as medidas para aumentar a liquidez dos mercados de dólar, todos os leilões feitos pelo Banco Central do Brasil, todas as ações de restauração da liquidez em reais com a liberação de compulsórios e a ação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e dos bancos oficiais fazem parte de um plano de ação básica voltado para combater problemas específicos da crise em nosso país - disse.

Por essas razões, Meirelles descartou, por exemplo, a adoção da medida, cobrada por vários parlamentares, de redução agressiva da taxa de juros de longo prazo, Selic, como forma de impulsionar o crescimento da economia brasileira. Em sua avaliação, a redução da taxa de juros somente seria recomendável no caso de países em que a inflação apresente tendência de queda, mas não na situação atual da economia brasileira, em que a ameaça de subida da inflação é permanente.

Com relação a questionamentos de deputados sobre as providências do país para a regulamentação dos mercados internacionais visando evitar a repetição de crises financeiras, Meirelles informou que o Brasil já tem indicação preliminar para fazer parte formalmente do Fórum de Estabilidade Financeira, composto por países desenvolvidos que têm presença no banco de compensações internacionais.



26/11/2008

Agência Senado


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