Governo de SP desmonta quadrilha que desviava medicamentos
Operação coordenada pela Corregedoria Geral Administração prendeu integrantes da organização criminosa em São Paulo e no Rio Janeiro. O prejuízo estimado com o desvio dos remédios é de R$ 10 milhões
Uma força-tarefa coordenada pela Corregedoria Geral da Administração (CGA), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Casa Civil, deflagrou no início da manhã desta quinta-feira, dia 2 de fevereiro, a "Operação Medula III" e desarticulou uma quadrilha que agia em hospitais públicos e privados, desviando remédios de médio e alto custo.
Após seis meses de investigações, a operação foi desencadeada pela CGA em parceria com Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), da Secretaria de Segurança Pública, Vigilância Sanitária, da Secretaria da Saúde, e GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público Estadual. A Polícia Civil prendeu 12 pessoas e cumpriu 16 mandados de busca e apreensão em 6 cidades - São Paulo, São Caetano do Sul, Praia Grande, Itaquaquecetuba e Rio de Janeiro e Belfort Roxo. De acordo com a CGA, o prejuízo estimado com o desvio de medicamentos é de R$ 10 milhões. Os medicamentos furtados eram repassados para distribuidoras e farmácias, que faziam parte da quadrilha.
A operação mobilizou 50 policiais civis, 10 agentes da Vigilância Sanitária, 6 Promotores de Justiça e 3 Corregedores. O trabalho de inteligência da CGA mapeou a atuação da quadrilha, que era bem estruturada, com divisões de tarefas, gerência operacional e financeira, além de ramificações no Estado do Rio de Janeiro.
"Essa quadrilha especializada desviava medicamentos de alto custo, especialmente medicamentos oncológicos, que são muito caros. Esses remédios ainda poderiam ser prejudiciais à saúde, pois não eram mantidos sob temperatura adequada, não havia refrigeração, e mesmo assim eram revendidos para os pacientes", afirmou o governador Geraldo Alckmin.
As investigações iniciais detectaram, por meio de imagens flagradas pelo circuito interno, uma servidora pública federal, cedida à Secretaria de Estado da Saúde, furtando caixas de remédios do Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo, o antigo Brigadeiro, na Capital. A acusação, encaminhada ao DPPC, foi cruzada com uma denúncia anônima, recebida pelo GAECO, sobre ligações telefônicas feitas de dentro de um centro de detenção na Capital e envolvia desvios de medicamentos.
Através do cruzamento de informações e escutas telefônicas descobriu-se que o chefe da quadrilha era um criminoso detido durante a "Operação Medula I", realizada no final de 2009. O nome "medula" decorre de duas outras operações que apreenderam medicamentos de alto custo para tratamento de câncer na medula. Os medicamentos desviados chegam a custar mais de R$ 14 mil uma ampola.
"O compromisso do Governo de São Paulo em combater esse tipo de crime vai continuar incansavelmente. Esses criminosos serão responsabilizados e o Estado buscará o ressarcimento pelo prejuízo causado", afirma Gustavo Ungaro, presidente da Corregedoria Geral da Administração.
Apreensões
Na operação desta quinta-feira, foram apreendidas mais de mil caixas dos seguintes medicamentos desviados: Mabthera, Zoladex, Cancidas, Invanz, Abelcet, Humira, Genzar, Eprex, Enbrel, Luvox, Telebrix, Imunoglobina, Nexavar, Ambisome, Actilyse, Clexane. O trabalho da força-tarefa também apreendeu nove carros, uma motocicleta e um revólver, além de R$ 34 mil que seriam utilizados no pagamento de uma encomenda de remédios.
Da Corregedoria Geral da Administração
02/02/2012
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