Governo decide fazer ajuste fiscal ainda maior este ano








Governo decide fazer ajuste fiscal ainda maior este ano

- O Governo decidiu aumentar o esforço fiscal deste ano e elevou a meta de superávit primário de 3,75% do PIB para algo em torno de 3,9%. Isso significa que a sobra nos cofres públicos agora deverá ser de R$ 50,64 bilhões e não mais de R$ 48,7 bilhões.

A nova meta constará do texto final para o pacote de ajuda do Fundo Monetário Internacional, que deve ser aprovado pela diretoria do FMI na próxima semana.

O Governo decidiu aumentar o ajuste para reduzir a dívida pública, que chegou a 61,9% do PIB, e demonstrar compromisso com a estabilidade, impondo um ajuste maior do que o pedido aos candidatos à Presidência da República (3,75% do PIB em 2003).

O esforço deste ano não implicará novos cortes no Orçamento, mas impedirá a tradicional liberação de recursos de fim de ano.

- Com os juros altos, o PIB brasileiro cresceu apenas 0,14% no primeiro semestre deste ano. No segundo trimestre, a alta foi de 0,9% em relação ao mesmo período de 2001.

- Dois aviões Fokker 100 da TAM fizeram pousos forçados no interior de São Paulo ontem. O primeiro, que desceu no pasto de uma fazenda, deixou quatro pessoas feridas sem gravidade e matou uma vaca. O outro pousou no Aeroporto de Campinas, sem feridos.

  • Um avião da empresa Rico Linhas Aéreas caiu ontem à noite em Rio Branco (AC): 25 pessoas podem ter morrido.

    - A fase de negociações da Rio+10 terminou ontem com apenas três acordos fechados. Entre eles, um plano de redução de produção de sustâncias tóxicas até 2020, informa Deborah Berlinck, enviada especial do "Globo" a Johannesburgo.

    - O TSE autorizou José Serra a usar imagens de Ciro Gomes na TV, por entender que críticas à vida pública são válidas.

    "Minha companheira tem um dos papéis mais importantes, que é dormir comigo", afirmou ontem Ciro, a respeito de Patrícia Pillar. Em seguida, disse que era brincadeira.

    - O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Jayme Chemello, fez ontem um alerta aos eleitores para que não confundam reconciliação entre adversários políticos com conchavos para garantir vitória nas eleições.

    "Reconciliação é quando duas pessoas mudam para realizar uma coisa boa. Do contrário, é só um conchavo, como dois ladrões que se juntam para roubar", disse. Dom Jayme não disse a que candidatos se referia.

    - (Porto Alegre e São Paulo) - Os candidatos à Presidência da República Ciro Gomes (Frente Trabalhista) e José Serra (PSDB) voltaram ontem a trocar acusações. Ciro chamou Serra de covarde por usar o horário eleitoral gratuito para lhe atacar sem assumir publicamente os ataques.

    "Este programa foi feito de forma covarde, por um homem covarde. Ele sempre agiu assim", afirmou Ciro.

    No início da noite, o comando da campanha de Serra divulgou uma nota oficial, dirigindo novos ataques a Ciro, que é tratado no texto como "reizinho de paróquia" e "mauricinho mimado".

    - A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que livrou o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, da perda de tempo no horário gratuito deverá acirrar os ânimos e estimular o confronto no programa eleitoral.

    No comitê do candidato Ciro Gomes, da Frente Trabalhista, o entendimento da maioria dos ministros do tribunal soou como um gongo no ringue, liberando os adversários para a luta livre.

    - (São Paulo) - O presidente Fernando Henrique defendeu-se ontem das críticas de candidatos ao seu Governo afirmando que o aumento da dívida pública não é resultado de um "impulso gastador e irresponsável" e ainda que o salário mínimo melhorou significativamente, pois hoje compra uma cesta básica (antes de assumir era suficiente para apenas 60% da cesta básica) e ainda sobra 20% para o trabalhador.

    Ele relacionou também avanços em indicadores sociais durante seu Governo e culpou a pressão demográfica pelo desemprego ao dizer que a oferta de vagas cresceu.

    O Presidente fez uma previsão a longo prazo: em 2015, a taxa de desemprego estará abaixo de 4%. Fernando Henrique fez um longo discurso na cerimônia de entrega do Prêmio Eco 2002, na Câmara Americana de Comércio (AmCham), em São Paulo.

    - A proibição de fone de ouvido conectado ao celular ou viva-voz por motoristas dividiu a opinião de especialistas em trânsito, gerou uma polêmica jurídica e irritou quem depende do aparelho para trabalhar.

    Para a advogada Helena Regina Lobo, do escritório do ex-ministro de Justiça Miguel Reale Júnior, o veto do Denatran ao uso de viva-voz é até ilegal.

    - A Polícia Federal investiga a extração de lodo de areia do fundo da Lagoa de Jacarepaguá, na Barra da Tijuca. A retirada foi autorizada pela Feema e pela Serla, mas, de acordo com o Departamento Nacional de Proteção Mineral, a argila e a areia pertencem à União.

    O material é usado como aterro de uma área onde será erguido um condomínio.

    - Depois de ouvir a confissão do próprio filho, uma moradora do Morro do Cantagalo, em Copacabana, denunciou ontem à polícia que o adolescente foi quem atirou na quarta-feira no empresário Sebastião Fonseca Trocoli, durante tentativa de assalto.

    Ao ser encontrado pelos policiais, o menor ainda estava com a arma do crime. O empresário continua em estado grave.

    - O fortalecimento das exportações ajudou a economia do Japão a crescer 0,5% entre abril e junho, o primeiro resultado positivo em cinco trimestres. O aumento do Produto Interno Bruto (PIB) foi maior do que os 0,2% esperados pelos economistas.

    A revisão do PIB do primeiro trimestre, no entanto, foi de crescimento de 5,7% para queda de 0,1%.

    - Milhares de argentinos foram às ruas de diversas cidades do país para exigir a renovação de todos os cargos executivos e legislativos nas próximas eleições, marcadas para março de 2003.

    Com as manifestações, apoiadas por praticamente todos os partidos de oposição, estradas e ruas do país voltaram a ser bloqueadas durante todo o dia de ontem.


    Colunistas

    PANORAMA POLÍTICO - Tereza Cruvinel

    - Houve dias, como quinta-feira, em que os candidatos Ciro, Serra e Lula estavam todos no Rio. Não raro, têm aparecido mais de uma vez por semana.

    Podem gostar da cidade, mas estão mesmo de olho é no eleitorado de Garotinho, agora menor do que o de sua mulher Rosinha para governadora.


    Editorial

    "CÍRCULO VICIOSO"

    - Os problemas enfrentados pelas empresas de plano de saúde, e que inevitavelmente afetam também seus usuários, são na verdade o resultado das condições degradadas do sistema de hospitais públicos.

    A maneira do que acontece com o ensino, a rede pública deveria oferecer serviços adequados a toda a população, podendo no entanto os mais privilegiados optar por uma dose extra de conforto e sofisticação - mas não de eficiência médica - recorrendo aos serviços privados, naturalmente arcando com um preço por isso.

    Para sanar a situação, o caminho é claro: evitando a tentação de promover uma intervenção estatal ainda mais forte no sistema privado, concentrar esforços na recuperação da rede pública.

    Tarefa que é árdua, custosa e demorada, mas não tem alternativa.


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    08/31/2002


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