Governo entrega projeto à Assembléia









Governo entrega projeto à Assembléia
O governo do Estado entrega hoje, às 16h, à Assembléia

Legislativa, o projeto de lei que institui os novos valores do Piso Salarial no Rio Grande do Sul. A proposta é de que os valores variem entre R$ 260,00 e R$ 283,00.

O secretário do Trabalho, Cidadania e Ação Social, Tarcísio Zimmermann, espera que o projeto seja aprovado com urgência, a fim de que o Piso vigore a partir do dia 1º de maio.

O projeto de lei é entregue após um período de debate entre o Governo do Estado e os representantes de trabalhadores e de empregadores sobre os novos valores, tanto na Capital como no interior.

Segundo o governador Olívio Dutra, o piso regional não causou desemprego, proporcionou a elevação da renda dos trabalhadores, acompanhando o desempenho da economia gaúcha. Conforme dados do estudo do impacto do piso salarial sobre os salários e emprego no estado, elaborado pelo Observatório do Trabalho, da Secretaria do Trabalho em parceria com o Dieese, a iniciativa beneficiou 1,2 milhão de trabalhadores que ganham até dois salários mínimos, através do incremento da renda real, desde que entrou em vigor em 15 de julho de 2001.

O presidente da Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul (Federasul), Humberto Ruga, observa que a princípio a entidade não é contra o piso regional. "No entanto, é preciso muito cuidado com esses reajustes em ano eleitoral". Para ele, é necessário saber se os municípios do interior poderão arcar com o valor proposto. Ele defende a regionalização do piso.


Governo comemora êxito da retirada de sem-terra
O governo comemorou ontem o resultado da operação conjunta da Polícia Federal e do Exército para retirar os cerca de 200 trabalhadores sem-terra que invadiram, na madruga de sábado, a Fazenda Córrego da Ponte, de propriedade da família do presidente Fernando Henrique Cardoso. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) havia informado que eram 500 invasores. Para o ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, um dos motivos que levou o MST a ocupar a fazenda são as eleições deste ano.

"Não tenho a menor sombra de dúvida de que uma parte da razão que explica essa invasão tem a ver especificamente com este ano", disse Jungmann. "Poderíamos estar aqui diante de um desastre de proporções realmente extraordinárias em termos de democracia, em termos institucionais e em termos políticos, sobretudo em um ano eleitoral."

A fazenda da família do presidente foi desocupada pacificamente pelos manifestantes ontem pela manhã. Os líderes da invasão foram presos pela Polícia Federal e levados a Brasília onde serão processados pela Justiça por crimes que vão desde invasão de estabelecimento agrícola até furto.

Tanto Jungmann como o ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, consideraram um êxito a saída pacífica dos manifestantes. "A operação foi coroada de êxito, sobretudo porque estamos aqui sem ter nenhum arranhão, sem ter nenhuma morte, sem ter nenhum ferido", disse Jungmann. "Diante da magnitude da violência dos sem-terra, foi um processo exitoso", afirmou Nunes Ferreira.

Jungmann e Aloysio também garantiram que, em nenhum momento, foi negociado com os sem-terra que não haveria a prisão dos líderes da invasão. A fazenda foi periciada pela Polícia Federal, que filmou e fotografou a propriedade e fez um levantamento de todos os estragos. "Ainda não sabemos o que foi furtado", disse o ministro da Justiça. "Mas sabemos que havia objetos pessoais do presidente espalhados pelo chão, facas enterradas perto da árvores e um barril de gasolina, que não sabemos se era para fazer coquetel molotov", afirmou Aloysio Nunes. "Também houve consumo de alimentos e bebidas do presidente."


Britto culpa PT pela estagnação econômica do Estado
Um dos nomes mais bem colocados nas pesquisas de opinião, o ex-governador Antônio Britto (PPS) ainda resiste a admitir uma candidatura. Também não nega, mas diz que preferia ser "o padre ao noivo" na definição do candidato da Frente Trabalhista, negociada com o PDT e o PTB. Britto indica, contudo, alguns critérios para a escolha do nome que vai encabeçar a chapa majoritária.

O ex-governador faz uma análise do quadro local, criticando o PT por tentar mascarar a candidatura da situação com Tarso Genro. Afirma também que Olívio Dutra está recluso no Palácio Piratini porque seu próprio partido não aceitou a administração estadual. Britto analisa, ainda, uma possível candidatura do senador Pedro Simon e o reforço à campanha de Ciro Gomes (PPS) no Estado.

Jornal do Comércio - Existe a possibilidade de o senhor concorrer ao governo?
Antônio Britto
- Tenho expressado com convicção e sinceridade o fato de que não pretendo disputar o governo do Estado. Se esse sentimento se choca com o sentimento de muitas pessoas que gentilmente gostariam que eu fosse candidato, atribuo à decepção generalizada com o governo do Estado. Se o Executivo gaúcho tivesse sido, na atual gestão, minimamente eficiente e competente, seguramente a comparação com o governo anterior, que tive a honra de liderar, não seria tão forte. Quanto mais afirmo minha vontade de não voltar a disputar, mais o fracasso do atual governo promove uma comparação entre os dois. Fico feliz pelo fato de as pesquisas e as pessoas lembrarem de mim, mas isso não me tira da trilha de fazer uma coligação, porque sem ela elegemos um governador e ele acaba como o Olívio. Eleger o governador é uma parte do problema. O problema mesmo é ele conseguir administrar um estado como o Rio Grande do Sul, com suas dificuldades, onde o próximo governo, ao contrário do atual, não vai receber obras em andamento, fábricas chegando, investimentos internacionais assegurados. O Olívio e o PT vão deixar o cofre lotado de slogans. E só!

JC - Sua decisão é terminante, sem caminho de volta?
Britto
- Nós, do PPS, a partir do momento em que afirmamos que nossa prioridade é ajudar o Rio Grande do Sul a voltar a ter um governo que funcione, por uma questão de ética, nos subordinamos a algumas regras. A primeira delas é, enquanto essa coligação não for fechada com os companheiros do PDT e do PTB, sem prejuízo dos outros partidos com os quais temos boas relações, não temos o direito de dizer o que o PPS queria fazer ou pensa em fazer, porque queremos trabalhar junto com os irmãos dos outros partidos. Depois que a coligação for fechada, não haverá mais o candidato do PPS, do PDT, do PTB. Haverá uma chapa representando esses partidos. Pretendemos nos sentar à mesa sem nenhuma imposição de nomes. Também não temos nenhum veto. Estamos abertos para conversar, e eu vou ficar especialmente feliz se eu puder exercer o papel de padre e não o papel de noivo.

JC - Que condições precisam ser criadas no Estado para que Ciro Gomes chegue à presidência da República?
Britto
- A Frente é tri necessária. Não acho que o Brasil mereça uma eleição presidencial sem a possibilidade de ter um nome forte como o do Ciro disputando para valer a presidência. A coligação é fundamental em nível nacional para fortalecer o Ciro. Nossa primeira razão para fazer a aliança é o Brasil, é o Ciro. A segunda razão é o Rio Grande do Sul. A situação que aguarda o próximo governador é desesperadora, depois do fracasso do governo do PT. Há, também, uma terceira razão. Vemos na aproximação com os companheiros do PDT e do PTB a retomada do velho sonho de fazer um grande partido de centro-esquerda, que consiga entender o mundo de uma forma moderna, sem perder de vista compromissos históricos e permanentes da humanidade, como a justiça, a soberania, o compromisso com o País. Estamos super motivados porque acreditamos que esta coligação é três vezes necessária, para fortalecer o Ciro, p ara fazer com que o Rio Grande volte a ter um governo e para que seja a base de uma reestruturação partidária.

JC - Acredita na fusão dos partidos que compõem a Frente, com a criação de uma nova legenda futuramente?
Britto
- Essa decisão do Tribunal Superior Eleitoral de estabelecer a verticalização tornou inadiável a reforma política, que vai reduzir o número de partidos. Se pudermos fazer dessa convivência fraterna entre os companheiros trabalhistas e nós a base para um partido futuro, eu considerarei esse um dos momentos mais alegres da minha vida.

JC - Como avalia a atitude do governo federal de tentar, até hoje, cooptar o PTB?
Britto
- É lamentável que se continue tentando fazer política dessa forma, como se não houvesse distinção entre a página de economia dos jornais e a página de política. Na economia, uma empresa se reúne e anuncia que vai comprar outra. Na política, devia ser diferente. Acho lamentável quando leio isso, mas não tenho nenhuma razão para acreditar que vá acontecer. A tentativa pode estar ocorrendo, mas duvido que venha a dar certo porque a posição dos companheiros do PTB, em especial da direção nacional e do segmento gaúcho liderado pelo Zambiasi, tem sido leal e decente.

JC - Em conseqüência da verticalização das coligações, a Frente Trabalhista será repetida no Rio Grande do Sul?
Britto
- Para se realizar, uma coligação precisa de alguns elementos. O primeiro está presente entre os três partidos. É um conjunto de interesses comuns. Nós três queremos fortalecer Ciro Gomes, nós três queremos devolver ao Rio Grande um governo que funcione e nós três queremos discutir a possibilidade de fazer um partido comum no futuro. Então, temos uma base de interesses comuns. Essa é a primeira exigência. A segunda é haver um clima bom e, atualmente, não poderia ser melhor. Estamos nos aproximando aos pouquinhos, cada um do seu jeito e com a sua linguagem. As coligações são filhas da paciência. O terceiro elemento é o mais importante de todos. Uma aliança deve ser feita para acertar o futuro e não o passado. Esse espírito também está muito presente. Não posso dizer que a coligação já aconteceu, mas estamos muito bem encaminhados.

JC - Quais os critérios essenciais e que perfil deve ter o candidato para disputar o governo com o PT?
Britto
- Os critérios para que se escolha um candidato não podem estar subordinados às escolhas dos outros. Até porque a escolha que o PT acabou de fazer é um verdadeiro hino de aprovação à atuação da oposição. Nós ficamos muito felizes porque acabamos de conquistar para a causa oposicionista até o PT, que acabou de dar as costas para o governo pelo qual tanto falaram e lutaram. Nos consideramos como oposicionistas super-bem realizados. A prévia do PT não altera o que já estava mais ou menos falado entre nós. Não se pode discutir nomes antes de consolidar a aliança. Além disso, cada partido tem o direito e o dever de apresentar seus nomes e teremos que buscar os que reúnem três condições fundamentais: capacidade de unir os partidos da coligação, possibilidade de conquistar a simpatia e o apoio do povo do Rio Grande do Sul e compromisso firme com o programa de governo da coligação. A aliança não terá como programa a opinião de um ou de outro. Precisará de um programa comum e é importante que o candidato possa segui-lo. A partir de abril, com calma, vamos resolvendo essa questão. E espero que dê certo.

JC - Qual será a reação do eleitor à renúncia de Tarso Genro, após ter se comprometido a cumprir seu mandato na íntegra?
Britto
- Em qualquer lugar do mundo, quando um partido vai ao governo, se compromete junto ao eleitorado com o resultado desse governo. Sentindo que o governo não agradou aos gaúchos, o PT está tentando fazer uma chapa Denorex, parece que é governo mas não é, parece que é oposição mas não é. Isso não vai funcionar no Estado. O candidato do PT será o candidato do Diógenes, da desorganização da Brigada Militar, da Ford, do pior governo que o Rio Grande do Sul teve em tantos e tantos anos. Essa cadeira está reservada ao candidato governista. Haverá a vaga para as oposições. Temos nomes ótimos como Celso Bernardi (PPB), o PMDB certamente terá candidato e também será ótimo, o PSDB cogita nomes maravilhosos, como a Yeda (Crusius) e o (Vicente) Bogo. Os oposicionistas poderão responder por muitas coisas, mas não serão eles a responder pelo fracasso do governo. É como uma pessoa que fosse a um baile com máscara mas, em dois minutos, todos perceberiam que o disfarce não anula a responsabilidade. A eleição é um baile para ser disputado sem máscara. É um erro que o PT está cometendo.

JC - O senador Pedro Simon (PMDB) admitiu que concorreria contra o senhor. Ainda haveria possibilidade de uma aliança de todas as oposições no Estado?
Britto
- Sem nenhuma dúvida. Nós saímos manifestando palavras de carinho e respeito aos companheiros do PMDB. Nunca me ouviram, mesmo quando alguns perderam a linha, dizendo nada além de minha gratidão aos peemedebistas. Talvez hoje, muita gente, inclusive do PMDB do Rio Grande do Sul, compreenda melhor o que dizíamos sobre o que estava sendo montado contra o Simon e o Itamar (Franco). É muito curioso que menos de seis meses depois que saímos, os que permaneceram digam a mesma coisa que afirmávamos. Nos sentimos em grande conforto pessoal e político com o PMDB, porque admiramos as pessoas que ficaram. As razões que nos levaram a sair só se confirmam. Às vezes, ouço o Simon falar sobre a direção nacional e me sinto representado no que eu dizia no ano passado. Não se troca uma vírgula. Da mesma forma, o presidente Itamar. Existe um clima positivo e correto e não vamos prejudicar uma amizade de 20 anos por uma divergência. Não conversei com o Simon, mas não tenho nenhuma dificuldade nisso. Tomei o cuidado de não ter reações emocionais, de não dizer nada que eu tivesse que desdizer. Fiquei 20 anos com muito orgulho no PMDB, mas o nacional, com cumplicidade de alguns setores do Estado, está jogando fora o partido. Deus queira que o Simon possa disputar o governo porque ele foi um grande governador e será um excelente candidato. O Rio Grande do Sul estaria muito bem servido com ele.

JC - Como avalia a flexibilidade do PDT, que antes resistia à sua candidatura e agora cogita admiti-la?
Britto
- Quem não conhece o doutor Brizola, pode achar que isso é uma mudança de posição. É a mesma posição que, nos momentos adequados, vai revelando sua inteireza. Tenho quase 50 anos e vivo política há 33 anos. Não posso admitir que qualquer partido dissesse que não quer ter candidato. Isso não é possível. A política não é assim. O PDT está absolutamente correto ao dizer que tem candidato e defendê-lo. Fortunati é um excelente candidato. O partido tem o direito de pretender que seu candidato seja o da coligação. É o mesmo direito dos demais partidos. Havendo a coligação, vamos sentar à mesa para analisar o que é melhor. A partir daí, os candidatos deixarão de ser de um só partido, para defenderem o programa da aliança, com compromisso de substituir o tempo de intransigência e radicalismo que o PT criou no Estado por um tempo mais fraterno, mais aberto a respeitar a opinião dos outros, permitindo que o Rio Grande do Sul retome seu caminho.

JC - Como administrar as críticas do PDT em relação às privatizações feitas pelo seu governo?
Britto
- Eu ficaria muito decepcionado se o pessoal do PDT aparecesse agora gostando das privatizações ou defendendo-as. Isso revelaria falta de compromisso com a própria história e as posições do partido. Não podemos cobrar do PDT que não pense assim. O contrário seria equivocado. Esta coligação não tem por objetivo acertar as contas do passado, mas tem a pretensão de tentar acertar o futuro, colocando os partidos a serviço do esforço para substituir a intransigência p etista. Quem deu a vitória ao PT no Rio Grande do Sul foi o Brizola. E o tratamento dado pelo PT a ele não tem precedentes na história política do Rio Grande do Sul. Nenhum ser humano passou pelo que o doutor Brizola teve que passar aqui, e os responsáveis por isso foram aqueles que ele elegeu. Se o PT trata assim a um aliado, imagina como tratou as pessoas que não pensam como eles na oposição, na Brigada, no funcionalismo e em outros setores da sociedade. Se nossa coligação acontecer, mostrará que estaremos juntos porque pensamos diferente. Se o PT tivesse aprendido essa lição, não teria perdido a Ford, destruído a hierarquia na Brigada Militar e o governador não estaria vivendo recluso dentro do Palácio por uma ordem expedida por seu próprio partido.

JC - Qual o prazo limite para a concretização da Frente Trabalhista?
Britto
- Quem anda com muita pressa de ver quem é nosso candidato é o pessoal do PT. Nosso pessoal está mais calmo. Há dois prazos: o legal, em junho, quando devem ser realizadas as convenção; e o político, que se define um minuto depois de ficar pronto, se anuncia.

JC - Olívio o colocou como candidato ideal para o enfrentamento com o PT. Como recebe a declaração, agora, que Olívio não é mais candidato?
Britto
- Disputamos duas eleições ao governo do Estado. Cada um de nós ganhou uma. Nas duas respeitei o Olívio com meu jeito de fazer política. Não tenho organismo para fazer política com a radicalizão, a intransigência e a intolerância do PT. Não vai ser agora, que o Olívio está recluso no Palácio por um ato esperto de seu partido, que vou cometer o erro de lhe desrespeitar. Nunca antes na história do Rio Grande um governador pôs o interesse do partido tão acima de tudo quanto o atual governo. Na Brigada e na educação, por exemplo, vale o que o PT quer. Tudo é em função do interesse partidário. O Orçamento Participativo foi feito para fazer o partido crescer no interior. Ironicamente, o governador que mais fez pelo partido, colocando-o acima do Estado, é mandado para casa pelo partido. Agradeço muito os votos do governador de me pretender candidato, mas não seria justo eu aceitar isso na medida em que não posso desejar o mesmo, já que o PT não permitiu isso.


Brigada Militar instala comando de operações especiais
A Brigada Militar instala hoje o Comando de Operações Especiais (COE). A nova estrutura vai coordenar as organizações policiais militares especiais e unidades da corporação que estavam ligadas ao sub-comandante.
Com a mudança, os batalhões de polícia rodoviária, fazendária, ambiental, os grupamentos de policiamento militar aéreo, de segurança, vigilância e guarda e o Esquadrão de Guarda Externa dos presídios de Porto Alegre adquirem o mesmo status hierárquico dos Comandos Regionais de Policiamento Ostensivo (CRPOs).
O comandante-geral da Brigada Militar, coronel Gerson Nunes Pereira, explica que, pelo fato da estrutura da corporação ser composta por três níveis - Comando-Geral; Comandos Regionais de Polícia Ostensiva e Operacionais (Batalhões de Polícia Militar e Destacamentos Especiais), as unidades especiais ficavam sem representatividade. Segundo ele, a criação desta pasta era uma proposta antiga da corporação.

O coronel Jorge Luiz Amaral da Silva, que responde pelo Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO), da área Metropolitana, vai assumir o novo posto e será responsável por um efetivo de 1.660 policiais militares. Amaral deixa o CRPO e cede lugar ao coronel João Alberto Monteiro, que é diretor administrativo da corporação.


Indústria gaúcha reage e volta a crescer
A perspectiva de recuperação da economia doméstica e externa está trazendo novo fôlego à indústria do Rio Grande do Sul. Depois de encerrar o ano passado com um dos piores desempenhos do País, o setor começa a se recuperar.

Pela primeira vez em sete meses, a produção industrial do Estado cresceu. O incremento de 1,1%, obtido em janeiro frente ao mesmo período de 2001 e divulgado sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também revelou outra boa notícia, já que a indústria gaúcha foi uma das quatro que obtiveram crescimento entre os doze estados pesquisados pela instituição.

O assessor econômico da Federasul, Paulo Barcellos Neto, considera que estes dados já mostram a reversão na trajetória do setor. "Conseguir crescer sobre uma base elevada como foi a de 2001 é uma conquista", observa. Ele diz que a mudança de cenário, que no segundo semestre do ano passado conjugava racionamento energético, contágio argentino e desaceleração mundial, está mostrando os primeiros efeitos positivos sobre a economia nacional.

Para o assessor econômico da Fiergs, Nuno de Figueiredo Pinto, as exportações devem alavancar o desempenho industrial este ano, a exemplo do que ocorreu em 2001. "Apesar de ainda não podermos contar com a Argentina, nosso segundo maior mercado, as vendas para os Estados Unidos, Europa e Oriente Médio estão indo bem", afirma.

O Índice de Desempenho Industrial (IDI), calculado pela Fiergs, mostra um incremento de 0,7% no nível de atividade em janeiro frente ao mesmo mês do ano passado, mesmo com a elevada queda de exportações para o principal parceiro do Mercosul.

Ele destaca o setor de mecânica como o de melhor desempenho, impulsionado, principalmente, pelo aumento de 61,9% nas vendas de máquinas agrícolas em janeiro frente a igual mês do ano passado. "A boa safra de 2001, que deve se repetir este ano, funciona como um estímulo ao setor", relata. Também o IBGE aponta a venda destes bens, principalmente para o mercado externo, como principal responsável pela taxa positiva de janeiro.

O fator mais empolgante, no entanto, é a queda dos juros. A segunda redução no ano, executada na semana passada pelo Banco Central (BC), derrubou a Selic para 18,50%. "Esta é uma ótima notícia, mas precisamos ver o efeito da queda sobre o custo dos empréstimos para capital de giro", ressalta Pinto. Ele calcula que o repasse para os juros bancários deve ocorrer em 30 dias.

Para Barcellos, o efeito mais significativo deste movimento do BC é que ele confirma a anunciada trajetória declinante das taxas. "Os juros influenciam muito os investimentos e a produção", ressalta o economista da Federasul.

Pelo lado negativo, Pinto salienta a alta carga tributária e os consecutivos aumentos nas tarifas administradas pelo governo, como energia, telefonia e combustíveis. "Estes fatores têm ocasionado quedas sistemáticas nas vendas de produtos alimentares, calçados e vestuários, já que está comprimindo o poder de compra das pessoas", afirma.


Analistas prevêem disparada do dólar
Analistas prevêem que hoje será mais um dia de disparada do dólar, caso o BC não intervenha. Neste fim de semana, o governo atarefou-se em afirmar que não seriam realizadas intervenções, seguindo as recomendações do FMI. O ministro Remes Lenicov reuniu-se com sua equipe econômica durante todo o sábado e domingo para analisar que medidas tomar para conter o dólar.

Na city financeira portenha especula-se que o dólar poderia chegar a 5 ou 6 pesos nas próximas semanas, mas que a partir daí começaria um declive, proporcionado - em abril e maio - pela pressão causada pela liquidação dos dólares das exportações.

"Eu digo aos argentinos que vamos viver momentos mais difíceis do que este." A declaração dramática é do próprio presidente Eduardo Duhalde, em uma entrevista aos quatro principais jornais argentinos. Duhalde começou a preparar a população para o pior pesadelo dos argentinos, a hiperinflação.

Duhalde, que voltou de mãos vazias de Monterrey, México, onde reuniu-se sem sucesso com o diretor do FMI, Horst KÔhler, prepara-se para enfrentar hoje uma das semanas mais difíceis de seu governo, que poderia estar com os dias co ntados, caso o dólar continue sua escalada. Na sexta-feira, a moeda norte-americana fechou a cotação em 3,10 pesos. Diversos analistas sustentam que nesta semana poderia chegar a 4 pesos.

O dólar passou a ser o tema das conversas cotidianas dos argentinos, mas Duhalde prefere esquivar o assunto. "Com o dólar eu não vou fazer coisa alguma. Intervirá o Banco Central quando o considere oportuno", sustenta. O presidente afirma que "acha" que nesta segunda-feira o BC intervirá.

O dólar é um fator que, segundo a maior parte dos analistas, é o que definirá se ele permanecerá ocupando "el sillón de Rivadavia", como é conhecida a cadeira presidencial. Mas Duhalde sente-se seguro e diz que a possibilidade de que a disparada do dólar derrube o governo "é uma estupidez".

Cansados da recessão, decepcionados com o governo, os argentinos também estão insatisfeitos com o funcionamento das empresas de serviços públicos privatizadas, que no meio da maior crise econômica da História, pretendem aumentar suas tarifas. Por este motivo, grande parte dos argentinos sonha com a reestatização das empresas privatizadas.

Isso é o que indica uma pesquisa da consultora Hugo Haime e Associados, que sustenta que 65% dos argentinos estão a favor da reestatização. Segundo Hugo Haime, na época das privatizações, ao longo dos anos 90, a maioria dos argentinos aprovavam as vendas das empresas estatais, "sempre que isso trouxesse bem-estar. Quando o bem-estar não está, é lógico que as pessoas desconfiem do modelo econômico".


Artigos

O silêncio do Guerreiro
Elvo Clemente

No dia 4 de março, aos 72 anos, silenciava para sempre a voz de Homero Guerreiro, caía-lhe a pena das mãos... O jornalista, o idealizador de novos caminhos para o Jornal do Comércio, para a Imprensa Oficial do Estado, entregava os pontos. Fiava seu testamento de vida dedicada a bem servir a comunicação social, como deixou escrito: "Em jornalismo, como na vida, devemos ter sempre ideais, mas, enquanto isso, ir fazendo o melhor que nos é possível, dentro da realidade empresarial e profissional". Filho de tradicional família de Vacaria, decantada em versos no livro "Tropeiro da Saudade", desde guri foi aprendendo no colégio marista São Francisco o verdadeiro caminho da vida. Adolescente, veio para a Capital. Em 1952 ensaiava os primeiros passos nos misteres jornalísticos. Freqüentou o Curso de Jornalismo da Pucrs, pioneiro no Sul do Brasil. Bacharel em jornalismo, em 1953 iniciou a sua caminhada de 49 anos no Jornal do Comércio. Dominava com rara maestria o vernáculo, além disso o seu tino de administrador o levou a outros patamares no JC e na Imprensa Oficial do Estado. Criou a Companhia Rio-Grandense de Artes Gráficas (Corag), em 1970. Com Alberto André e Antônio Gonzales, criou o Museu da Comunicação Hipólito José da Costa. Amigo do fundador do JC, Jenor Cardoso Jarros, e de Dona Zaida, soube imprimir em seus colaboradores a sua filosofia de trabalho, apostando no segmento da economia e na fidelidade à verdade na notícia. Na reestruturação do jornal nos anos 90, Homero passou a integrar o Conselho de Administração, ao lado da viúva do fundador, Zaida, e do filho Delmar Jarros.

Homero Guerreiro foi dedicado à esposa, professora Nair, e à filha Silvana, considerava a família base sólida e insubstituível da organização social e humana. Quantas promoções culturais nasceram da iniciativa de Homero! Sabia colocar em tudo a palavra certa, o conselho apropriado, a visão, o justo valor que Deus Nosso Senhor coloca na existência ao confiá-la a cada pessoa para que administre esse tesouro de valor imensurável. Homero soube administrar a vida no âmbito familiar, social e empresarial. Soube dar a si mesmo o que a vida lhe destinara, soube dar-se à família em gestos de amor e de profunda compreensão, soube dar à empresa o necessário para seu desenvolvimento. Soube dar à sociedade todo empenho de cidadão para vê-la cada vez mais vivível, cada vez mais solidária, para ter a pátria sem males. Após os 72 anos, Guerreiro silenciou, o seu silêncio nos conclama a ser pessoas fiéis à verdade na comunicação, a ser pessoas construtoras da família e empreendedoras na tarefa de um mundo melhor.


Colunistas

ADÃO OLIVEIRA

Raul Jungmann responsabiliza Itamar Franco pelo clima de terror
O ministro Raul Jungmann, do Desenvolvimento Agrário, responsabilizou ontem, o governador Itamar Franco, de Minas Gerais, pelo clima de terror porque passam os habitantes de Buritis, município mineiro onde está localizada a fazenda Córrego da Ponte, de propriedade da família do presidente Fernando Henrique Cardoso. Constantemente, o MST mobiliza seus integrantes na tentativa de invadir o local, gerando um clima de intranqüilidade em todo o município. Por uma antiga "rusga" com o presidente da República, o visceral governador, não provê de segurança pública àquele município que pertence a seu Estado. Lá não estão mais do que meia dúzia de PMs para garantir a ordem. O Planalto pensa em responsabilizar criminalmente o governador Itamar Franco por isso.

Prisões
Dezesseis líderes do MST foram presos, algemados e trazidos para a carceragem da Polícia Federal, aqui em Brasília, após a rendição do grupo que invadiu a fazenda de propriedade da família do presidente da República. Há informações de que, em razão disso, dois ouvidores do ministério do Desenvolvimento Agrário estariam demissionários por terem prometido ao Movimento que não haveria prisões. Se os ouvidores prometeram isso eles extrapolaram a sua autoridade. E erraram. No Brasil existem Leis. E Leis existem para serem cumpridas.

PT
O ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, isentou o Partido dos Trabalhadores de qualquer envolvimento com o grupo do MST que invadiu a propriedade da família do presidente da República. O ministro se disse satisfeito com as declarações do presidente nacional do PT, deputado José Dirceu, que condenou o Movimento pela invasão realizada em Córrego da Ponte, situada em Buritis, cerca de 120 quilômetros de Brasília. Ao invadir a fazenda o MST colocou o "alvo" nas costas de Lula. Aloyzio Nunes o absolveu.

Democracia
Para o presidente Fernando Henrique, a invasão à fazenda de seus filhos foi "uma provocação e um ato de desrespeito à Democracia". FHC confidenciou a um parlamentar do PSDB de que não sabia que o MST estava se movimentando nas proximidades de Córrego da Ponte. É possível que, com todos os mecanismos que possui a Presidência da República, o chefe da Nação não saiba que uma propriedade sua esteja sendo invadida?

Culpa
Vai sobrar para a Abin - Agência Brasileira de Informações - a culpa por ter o presidente sido pego de surpresa. A Abin está sendo qualificada de omissa em relação ao trabalho que presta ao governo. O Ministério da Saúde, por exemplo, gastou quase R$ 2 milhões para evitar escuta telefônica em José Serra. Esse trabalho deveria ser feito pela Abin e pela Polícia Federal. O Presidente determinou um inquérito interno para apurar responsabilidades.

Ciro
O candidato do PPS à Presidência da República, Ciro Gomes, disse que o Brasil possui mais de 100 milhões de terras férteis desocupadas, mas "a invasão não é a linguagem que possa garantir terra para quem nela precisa trabalhar". "A invasão é uma provocação que acaba prejudicando a imagem dos sem-terra", conclui.

Reserva
Discretamente o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, está procurando um substituto para Roseana Sarney para o caso de ela vir a desistir de concorrer à Presidência da República. Bornhausen já conversou com Pratini de Moraes sobre isso. Pratini é pré-candidato do PPB, mas o grupo de Maluf não o aceita. O ministro da Agricultura vive um dilema: ou ele sai do governo e concorre pelo PPB à Presidência da Rep


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