Governo está paralisado e desarticulado, diz Demostenes



O senador Demostenes Torres (PFL-GO) evidenciou os fatos que a seu ver demonstram o crescente descontentamento da população com a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pela sua desarticulação e falta de realizações. Das vaias em frente ao Hotel Copacabana Palace (RJ), direcionadas ao presidente Lula durante espetáculo em homenagem a Ayrton Senna, às brigas internas entre ministros, passando pelo escândalo da Casa Civil e pelo distanciamento entre as ações e as promessas de campanha, além da falta de verbas em áreas estratégicas para o desenvolvimento do país, o senador pontuou exemplos do que chamou de "paralisia administrativa" do governo.

- O que se percebe é que não há um governo de fato, mas uma organização frágil, estabanada e de escasso talento administrativo que entoa "Meu mundo caiu" a cada palavra ou declaração - disse o senador.

Demostenes defendeu o ministro Roberto Rodrigues, no episódio em que o titular da Agricultura desabafou sua indignação pelo fato de ter esperado seis meses para ser recebido pelo seu colega do Planejamento, Guido Mantega, para resolver a greve dos fiscais federais agropecuários. Ele lembrou que foi com muita propriedade que coluna do jornal O Globo, na edição desta terça-feira (23), aponta Mantega como o ministro que lidera as insatisfações contra o governo. O senador elogiou o ministro Antonio Palocci, "um dos poucos quadros diferenciados no ambiente geral de mediocridade da Esplanada".

Com base em dados divulgados pela edição dominical do jornal O Globo, Demostenes destacou algumas comparações que revelam o "distanciamento abissal" entre as promessas de campanha e as realizações do governo Lula. Dos R$ 13,9 bilhões que deveriam ser investidos em 2003, o governo só liberou R$ 3,7 bilhões (26,6% do total), sendo R$ 1,4 bilhão somente neste exercício.

A manutenção da malha rodoviária só recebeu 27,2% do total previsto de R$ 1,1 bilhão, o programa de combate ao crime organizado só R$ 2,3 milhões dos R$ 7,8 milhões orçados e o programa nacional anti-drogas apenas 8,3% do que estava programado.A situação em 2004, segundo o senador, continua grave: de um total de investimentos de R$ 11,7 bilhões apenas R$ 103 milhões foram liberados até agora, "sendo quase a metade para pagar a aeronave presidencial". Também criticou a falta de repasses de recursos federais para Goiás, que recebeu apenas 14% da dotação de R$ 1,2 bilhão autorizada para o estado.



23/03/2004

Agência Senado


Artigos Relacionados


Ana Júlia rebate críticas de que governo Lula está paralisado na área social

Renan diz que votação de MPs mostra que país não está paralisado

Lobão contesta notícias de que o Senado está paralisado

Walter Pinheiro afirma que Brasil não está paralisado

No Senado, Demóstenes diz que está empenhado em sua defesa

Demóstenes está inelegível até fevereiro de 2027