Governo não mostra resultados, afirma Efraim



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega ao final de seu primeiro ano de governo sem nada de concreto a apresentar ao país, disse o líder da Minoria no Senado, Efraim Morais (PFL-PB), ao observar que até mesmo o programa Fome Zero não dispõe de recursos suficientes para atender aos brasileiros que realmente necessitam, em virtude, conforme observou, de um mesmo argumento que já se tornou rotina: não há dinheiro.

- O governo Lula, que prometeu criar 10 milhões de empregos, até aqui cumpre a sua promessa pela avesso, ou seja, desde que foi empossado há menos 650 mil empregos no país, com o índice de desemprego batendo casa dos 13% - disse Efraim, que condenou, também, a atual política do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de financiar projetos em outros países, como Bolívia, Argentina e Cuba, em detrimento dos investimentos internos.

Sobre a viagem de Lula à África, na qual prometeu ajuda econômica a países como Angola e Moçambique, além de manifestar a intenção de resgatar o que chamou de dívida social do Brasil com a escravidão, Efraim foi enfático: essa dívida, a seu ver, não está na África, mas no próprio país, já que milhões de brasileiros negros habitam a periferia das grandes cidades e engrossam as legiões de sem-terra, todos excluídos dos direitos mais elementares de cidadania.

Para Efraim, são essas legiões que precisam ser acolhidas por um programa consistente de emprego, por meio do BNDES, e não a África ou a América Latina, porque, garantiu, o Brasil não está em melhores condições que aqueles países, não possuindo, portanto, sobras para distribuir.

- Pelo contrário: faltam recursos, conforme atestam os próprios ministros da área econômica - afirmou o senador, ao aconselhar o presidente Lula a parar de acenar com o -chapéu da generosidade, chapéu que não lhe pertence e sim ao povo brasileiro, dono do BNDES e de seus recursos-.

Efraim Morais leu, a propósito, artigo do jornalista Villas-Bôas Corrêa, publicado no Jornal do Brasil que, sob o título A pressa chega atrasada , critica o primeiro ano de governo do presidente Lula e alerta, a certa altura, que reforma ministerial -é jogada de risco que deve ser medida e pesada, e que só se justifica em circunstâncias especiais-.



14/11/2003

Agência Senado


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