Operação Carrossel 2 já mostra resultados positivos, afirma delegado



A grande maioria do material aprendido pela Polícia Federal até o momento, por meio da Operação Carrossel 2, revela a existência de material pedófilo armazenado nos computadores apreendidos. A informação é do delegado Adalton Martins, chefe da Unidade de Repressão a Crimes Cibernéticos, da Polícia Federal (PF), em entrevista por telefone à Agência Senado. A Operação Carrossel 2, deflagrada pelo órgão às 6h30 desta quarta-feira (3), executou 113 mandados de busca e apreensão, em residências e empresas de 18 estados brasileiros.

Martins informou que estão sendo recolhidos computadores, pen drives, CDs e outros materiais que possam conter evidências de pedofilia. Com a perícia das peças apreendidas, disse, serão possíveis a identificação e a punição dos usuários dos computadores onde for confirmada a prática do crime.

O delegado destacou o aperfeiçoamento de ferramentas capazes de rastrear a troca de mensagens, pela Internet, contendo imagens de crianças sendo abusadas sexualmente. Conforme observou, a Operação Carrossel 2 contou com novas tecnologias de rastreamento de mensagens, com filtros mais refinados, o que possibilitou uma ação mais precisa em um maior número de arquivos pesquisados.

- O processo investigativo desenvolvido pelos técnicos da Polícia Federal possibilitou rastrear, na rede mundial de computadores, um maior número de conexões que enviaram ou receberam imagens contendo pornografia envolvendo crianças e adolescentes - afirmou ele.

O delegado também destacou avanços obtidos a partir da ação conjunta com a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia. Para Martins, a ampliação do diálogo com provedoras de Internet, em conseqüência do trabalho realizado pela CPI, é fundamental para que as autoridades policiais cheguem com maior rapidez aos pedófilos que atuam na rede mundial. No entanto, ele afirmou que a PF ainda enfrenta dificuldades para receber os dados solicitados aos provedores. A solução, disse, passa pela construção de uma nova legislação que regulamente o setor, tarefa que vem sendo executada pela CPI.

Interpol

Adalton Martins destacou ainda a importância da articulação com a Interpol e com adidos policiais de embaixadas de diversos países. A cooperação, durante todo o processo investigativo, disse, permitiu que Israel, República Tcheca, Japão, Senegal e Portugal também desencadeassem operações contra pedófilos nesta quarta-feira. De acordo com o delegado, as parcerias internacionais surgiram com a Operação Carrossel, realizada em dezembro de 2007 pela PF, na qual foram identificadas redes de pedofilia com conexões em mais de 70 países. Com as informações fornecidas pelo órgão brasileiro, foram identificados mais de 200 pedófilos fora do país e efetuadas prisões em diversos países.

- A Internet não tem fronteiras e as redes de pedófilos estabelecem contatos com muita rapidez. Assim, torna-se essencial a cooperação internacional para que a polícia de um país possa avisar com agilidade sobre alvos identificados, que se conectam com outros países - explicou ele.



03/09/2008

Agência Senado


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