Governo repudia atos de vandalismo na Câmara dos Deputados, diz Sibá



O senador Sibá Machado (PT-PA) leu em Plenário, nesta terça-feira (6), nota da Presidência da República que classifica a invasão das dependências da Câmara dos Deputados pelo Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) como "grave ato de vandalismo cometido contra o Parlamento", atitude que "fere os princípios da democracia e deve ser tratada com rigor".

A nota à imprensa diz que a Presidência está "segura de que os movimentos sociais brasileiros não se identificam com atitudes de violência cometidas contra instituições cuja liberdade e soberania foram tão difíceis de conquistar".

Sibá informou que o Ministério da Justiça se comprometeu, também em nota, a colocar a Polícia Federal à disposição do Poder Legislativo, para "participar da persecução criminal dos responsáveis". A nota do ministério acrescenta que "aqueles que apedrejaram a democracia no lamentável ato perpetrado contra a Câmara dos Deputados não colaboraram em nada para o avanço da justa causa da reforma agrária", e que "o uso ilegítimo da força será contido pelas penas da lei".

Em apoio ao colega de bancada, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) leu ainda a nota de repúdio da Direção Nacional do Partido dos Trabalhadores pelos atos de violência. No documento, o PT se solidariza com o Poder Legislativo. Sibá reforçou que praticamente todos os parlamentares do partido no Senado já haviam se manifestado nesse sentido.

Sibá informou que os articuladores da manifestação, entre eles Bruno Maranhão, líder do MLST, estão presos. Maranhão é membro da Executiva Nacional do PT. Os senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), Leonel Pavan (PSDB-SC) e Heráclito Fortes (PFL-PI) questionaram os senadores petistas sobre essa contradição.

- O gesto de Maranhão é impossível de se aceitar. No entanto, em 1989, fomos acusados de participação no seqüestro do empresário Abílio Diniz, o que nos feriu muito. Há um militante do PT envolvido, sim, e o partido vai cuidar disso, assim como a Justiça tomará suas providências - respondeu.

Fotos com manifestantes

Sibá esclareceu que foi até a Câmara conversar com os manifestantes porque acreditava que, por sua longa experiência como líder de grupos de trabalhadores rurais, poderia ajudar a esclarecer o que estava acontecendo - o que ele disse não ter conseguido. Ele foi criticado por outros parlamentares por ter tirado fotos com os sem-terra, mas rebateu dizendo ter "nenhuma preocupação" quanto a isso.

06/06/2006

Agência Senado


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