Governo vai criar lista de propriedades privadas que desmataram na Amazônia



Na primeira reunião do gabinete de crise instalado para combater o desmatamento na Amazônia, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou que o órgão deverá receber, nos próximos dias, relatórios apontando as propriedades privadas responsáveis pelo desmate.

A devastação em Mato Grosso entre abril e março representa a metade de todo o desmatamento ocorrido ao longo do ano passado inteiro. Segundo ela, até mesmo proprietários que tinham licença ambiental, dentro dos 20% permitidos para a Amazônia, podem ter excedido no corte. "Nesse caso, terão as licenças caçadas e devem responder na Justiça", disse.

O reforço nas medidas repressivas foi o tom do encontro desta quinta-feira (19). Além da ministra, participaram da primeira reunião os ministros José Cardoso, da Justiça; Fernando Bezerra, da Integração; e Nelson Jobim, da Defesa. A reunião também contou com o secretário do Gabinete Institucional da Presidência da República, a Polícia Federal, a Força Nacional e o presidente do Ibama.

O desmatamento de quase 480 Km² ocorrido em Mato Grosso entre março e abril é considerado atípico. Nesses meses, as taxas costumam ser bem baixas já que o período chuvoso atrapalha a ação dos desmatadores. Segundo a ministra, operações do Ibama para apurar as causas do aumento e impedir novas ações dos desmatadores já reúnem mais de 500 fiscais somente em Mato Grosso.


Maiores desmatadores

Nove municípios dos estados do Pará, Amazonas e Mato Grosso vão entrar na lista dos maiores desmatadores na próxima semana e serão alvo de medidas específicas por parte do governo federal.

Apesar do resultado negativo, um total de 62% dos proprietários rurais no Mato Grosso estão em dia com as medidas de contenção do desmatamento. "O desmate foi localizado atingindo 15% das propriedades e concentrados em grandes áreas", destacou.

Somente na última quarta-feira (18) a fiscalização apreendeu cinco tratores de grande porte, do tipo utilizado para operar os correntões que devastam grandes áreas de uma só vez. As operações estão em andamento também no Pará e no Amazonas.

Para a ministra, ainda é cedo para atribuir o crescimento das taxas de desmatamento a expectativas de mudanças na legislação. "As causas estão sendo apuradas, só depois de termos os relatórios completos poderemos fazer uma avaliação fundamentada", afirmou.


Fonte:
Ministério do Meio Ambiente

 

20/05/2011 12:37


Artigos Relacionados


Divulgada lista de entidades privadas impedidas de conveniar com o governo federal

Gurgacz pede aprovação de projeto que regulariza situação das propriedades rurais na Amazônia

Incra e Governo do Ceará entregam 1.134 títulos de propriedades rurais

Governo do Estado regulamenta reservas legais de propriedades rurais

PLEBISCITO PODERÁ CRIAR TRÊS TERRITÓRIOS NA AMAZÔNIA

Mozarildo quer criar Fundo Verde para universidades da Amazônia