Graziano garante não ter preconceito contra os nordestinos



Em resposta ao senador César Borges (PFL-BA), o ministro extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome, José Graziano, disse nesta quarta-feira (26) que já se desculpou várias vezes pela frase dita em fevereiro, em uma reunião na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Ele reiterou que não tem preconceitos em relação aos nordestinos e que a história de vida dele atesta isso. Graziano disse na ocasião que -se eles [os retirantes] continuarem vindo para cá, vamos ter de continuar andando em carros blindados-.

José Graziano afirmou que ainda não tem como quantificar o Programa Fome Zero, uma vez que o detalhamento do projeto só será apresentado em agosto. -Do ponto de vista formal, o Fome Zero só existirá quando for inserido no Plano Plurianual-, afirmou. O ministro afirmou também que não tem os números relativos aos desnutridos existentes no Brasil, objeto de pesquisa em curso cujos dados deverão estar disponíveis até o final do ano.

Ele lembrou ainda que a missão do programa é atender não só os que passam fome, mas todos os que têm insegurança alimentar. O conceito de segurança alimentar divide-se em quatro aspectos: quantidade de alimentos ingeridos, qualidade desses alimentos, regularidade na ingestão e dignidade. Quanto a esse último aspecto, o ministro explicou que se alguém pede comida em restaurantes pode até estar se nutrindo, mas de uma maneira não digna.

César Borges pediu que o Graziano aproveite as boas políticas estaduais de combate à pobreza, sem preconceitos e discriminação. -Há possibilidade de intensa parceria entre governos estaduais e municipais-, disse o senador baiano, para quem falta maior definição e detalhamento para o programa dirigido por Graziano.

O senador indagou ainda sobre os recursos provenientes do Fundo Nacional de Combate à Pobreza nos diversos programas de assistência social do governo federal. Graziano informou que, destes recursos, somente R$ 1,8 bilhão estão incluídos no Fome Zero.



26/03/2003

Agência Senado


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