País defenderá na FAO uso do pescado contra fome e candidatura de Graziano
O Brasil participa, na próxima segunda-feira (31), em Roma, do encontro do Comitê da Pesca da FAO, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, que reunirá mais de 190 países e representantes do setor produtivo da pesca e aquicultura mundial. Na pauta, dois grandes desafios para a maioria dos países: o combate à pesca ilegal e a prática da sustentabilidade na cadeia produtiva pesqueira e aquícola mundial.
O País será representado pela ministra da Pesca e Aquicultura, Ideli Salvatti, que defenderá sustentabilidade e o uso do pescado para garantir a segurança alimentar e erradicação da pobreza extrema no mundo. “Esse deve ser o nosso compromisso e temos condições de trabalhar para isso”, garante Ideli.
A ministra destaca que o Brasil tem potencial para elevar a atual produção de pescado de 1,2 para mais de 20 milhões de toneladas por ano. Por isso, é visto com grande expectativa pelos principais países produtores do continente asiático e Comunidade Européia.
As prioridades, resultados, orçamento e atuação da FAO também farão parte dos debates. A publicação da estatística da pesca e aquicultura mundial, com dados e perspectivas do setor, será apresentada na abertura do evento, que acontece a cada dois anos.
Candidatura do Brasil à FAO
O encontro, que vai até 4 de fevereiro, marca também o prazo final para a apresentação de candidaturas à eleição do novo diretor geral da FAO, prevista para o final de junho, em Roma. O Brasil está apresentando a candidatura do ex-ministro José Graziano ao posto.
Se Graziano for eleito, será a primeira vez que um representante do Brasil e também da América Latina comandará a entidade internacional e a ministra Ideli Salvati informou que a missão do País ao evento da FAO em Roma terá também a missão de reforçar a articulação dos países em favor da candidatura brasileira.
Sobre o restante da pauta em discussão a partir da próxima segunda-feira, Ideli lembra que a produção de alimentos é tida como preocupação constante dos organismos internacionais e o Brasil tem condições privilegiadas de contribuir para a garantia da segurança alimentar. “São mais de 8 mil km de costa e cerca de 12% da água doce do mundo”, lembrou.
Exemplos como o Profrota, a gestão compartilhada, o desenvolvimento da aquicultura em águas da União contemplando pequenos produtores, a organização do setor em territórios geográficos de discussão e as medidas para pesca profissional artesanal sustentável são tidos como avanços do Brasil, país que há pouco mais de oito anos tem atuado estrategicamente nessa cadeia produtiva.
Segundo Ideli Salvatti, o Brasil está se preparando para se tornar um dos grandes produtores mundiais de pescado, a exemplo da simplificação da legislação que regula o licenciamento ambiental para produção no mar, rios, lagos e usinas hidrelétricas.
“Só que, aliado ao retorno econômico, queremos que a pesca e aquicultura seja sustentável, contribuindo, principalmente, na produção de alimentos para erradicação da miséria extrema no Brasil e no mundo”, finalizou a ministra da pesca e aquicultura.
Fonte:
Ministério da Pesca e Aquicultura
24/02/2011 19:09
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