Greve: 100% dos caminhoneiros autônomos estão parados



 





Greve: 100% dos caminhoneiros autônomos estão parados
SÃO PAULO - Caminhoneiros de todo o país iniciaram ontem uma paralisação nacional. Mas, de acordo com informações da Polícia Rodoviária da região de São José do Rio Preto, o movimento nas estradas está tranqüilo e não há sinal de paralisação. Já o presidente do Sindicato da categoria, Luís Antonio da Silva, diz que 100% dos profissionais autônomos aderiram ao movimento. Agora, eles querem que aqueles que trabalham para empresas se juntem ao movimento. Em 2001, a manifestação durou quatro dias. 'Paradão' é o nome da greve este ano. Vários estados estão apoiando o movimento, entre eles São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará e Rio de Janeiro. Também estão apoiando o 'Paradão' empresas de médio e grande porte, cooperativas, sindicatos e federações do setor de transporte. Ainda segundo o sindicato, a previsão é que mais de 350 mil caminhoneiros autônomos fiquem em casa, parados em postos de combustíveis ou pátios de empresas a partir de hoje. A categoria enviou uma lista de reivindicações ao governo do estado. As principais reivindicações são a redução de 30% no preço do óleo diesel, vale pedágios e mais segurança nas estradas. Eles querem que 100% dos pedidos sejam atendidos. Iprogresso


Judiciário e PF firmam acordo para acesso a informações
BRASÍLIA - Em dois meses, estará em funcionamento um intercâmbio de dados entre o Poder Judiciário e a Polícia Federal para prevenção e repressão da criminalidade. O intercâmbio - informação on-line sobre os crimes praticados no Brasil e no exterior - vai permitir o acesso dos magistrados às informações policiais dos suspeitos e a consulta aos processos judiciais pela PF. O acordo de cooperação para o intercâmbio será assinado hoje à tarde entre o Conselho da Justiça Federal, o Superior Tribunal de Justiça, os Tribunais Regionais Federais e respectivas Seções Judiciárias e o Departamento de Polícia Federal. Com o acordo, será possível, por exemplo, a um juiz de Brasília, ao analisar determinado processo federal que trata de crime do colarinho branco, tomar conhecimento se o acusado cometeu outro delito no âmbito federal em qualquer parte do território nacional. Segundo o STJ, o intercâmbio tornará disponível o acesso recíproco aos sistemas que envolvam o cadastro de veículos e de estrangeiros, passaportes, folha de antecedentes, procurados e impedidos e registro de armas. Também tornará disponível consulta aos dados da Interpol (Polícia Criminal Internacional), da Infoseg (Integração Nacional de Informação de Justiça e Segurança Pública) e do Sinic (Sistema Nacional de Informação Criminal). O banco de dados estará disponível aos 849 juízes federais e substitutos de primeiro grau, 117 desembargadores federais, 33 ministros do STJ, além dos delegados da Polícia Federal. O objetivo é que o sistema esteja acessível também à Justiça Estadual, em uma segunda etapa. A previsão para a vigência do acordo é de 60 meses. GloboNews.com


Aliados pedem a Ciro para esquecer Serra e se preocupar com o PT
BRASÍLIA. O comando político da campanha de Ciro Gomes está pedindo ao candidato que reduza as agressões e pare de responder a todas as provocações feitas pelos seus adversários, principalmente ao candidato do PSDB-PMDB, José Serra. Os aliados de Ciro decidiram centrar suas atenções no candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, primeiro colocado nas pesquisas, que vem se mantendo alheio à disputa travada entre o candidato da Frente Trabalhista e Serra. A ordem agora é não aceitar as provocações do tucano e deixar que ele fale sozinho.

Ciro e seus principais aliados, segundo assessores da campanha, não vão mais rebater, nas entrevistas, as acusações feitas por Serra. O tempo de seu programa eleitoral também não será usado para rebater ofensas, buscando na justiça eleitoral o direito de resposta. O troco será dado apenas nos palanques.

— Estou convencido de que, se estabelecermos um debate político com Lula, chegaremos ao segundo turno disputando a liderança. Descambar para a baixaria só serve à campanha do PSDB — afirmou o deputado Walfrido Mares Guia (PDT-MG), um dos coordenadores da campanha.

Nos últimos dias, Ciro conversou por telefone com os principais líderes políticos de sua campanha, como o senador Roberto Freire (PPS-PE), o governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), e o ex-governador do Rio Leonel Brizola (PDT) e recebeu a recomendação de todos. Freire já vem defendendo há cerca de um mês a polarização com Lula e não com Serra. No sábado, durante uma viagem de carro entre São Borja e Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, a mudança de rumo na campanha foi discutida por Ciro com Brizola e outros aliados.

Jefferson diz que vai continuar batendo em rivais
O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) pondera que a alteração não se dá na condução da campanha, que segundo ele não enfrenta uma crise, mas sim na necessidade de construir um cinturão de defesa em torno de Ciro, que vem apanhando muito porque subiu nas pesquisas:

— É preciso que tenhamos todos cautela para não cairmos em armadilhas do adversário. Nosso tempo e energia têm de ser gastos para aperfeiçoar o programa.

Segundo o líder do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), há o entendimento de que os tucanos paulistas dão a campanha de Serra por perdida e já negociam o segundo turno.

— O Serra está sendo o laranja do Lula, sangrando Ciro, enquanto Lula fica incólume, de cara limpa. Ele vai para o segundo turno limpo, enquanto Ciro já chega cheio de feridas, com cartão amarelo — compara Jefferson.

O líder diz que Ciro vai evitar provocações e já deu demonstrações disso na viagem ao Rio Grande do Sul. Mas acrescentou que não recebeu nenhuma orientação de Ciro para que ele pare de rebater Serra:

— O Ciro não me pediu nada, porque sabe que tem que ter alguém que responda aos ataques covardes do Serra. Mas também estamos começando a analisar o Lula paraguaio, que está nadando de braçada porque não recebe pressão. Mudaram o invólucro, mas o uísque é ruim.

Miro se preocupa com adesão de Scheinkman
Miro comentou sua preocupação com a defesa que o economista José Alexandre Scheinkman, recém-incorporado à campanha de Ciro, fez sobre a mudança do modelo previdenciário e a possibilidade de privatização da previdência.

— Vi com apreensão idéias do Scheinkman citando experiências malsucedidas nos EUA e no Chile. O Ciro já disse que fortaleceria a previdência pública e essa é minha expectativa. Nada de entregar o dinheiro da aposentadoria dos trabalhadores à especulação. Se Ciro tomar direção oposta a isso, seremos oposição a ele.

O candidato a vice de Ciro, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, entendeu o recado. Ontem ele disse que não quer agredir Serra, e sua frase de anteontem, dizendo que o tucano merecia levar tapas, foi publicada fora do contexto.


Agenda dos candidatos à presidência

SERRA • PSDB-PMDB
BRASÍLIA. Às 14h participa de debate na Confederação Nacional de Agricultura (CNA), com transmissão pelo Canal Rural.

GAROTINHO• PSB
BRASÍLIA. Às 14h, o candidato também participa de debate na CNA.

CIRO • FRENTE TRABALHISTA
RIO E BRASÍLIA. Às 7h15m, dá entrevista no "Bom Dia, Brasil", da TV Globo. Em seguida, grava o programa Pequenas Empresas Grandes Negócios. Às 14h, participa do debate na CNA.

LULA • PT-PL
BRASÍLIA. Às 10h, participa de encontro com pequenos proprietários rurais e agricultores. Às 14h, vai ao debate da CNA com outros candidatos a presidente. Às 17h, terá reunião com embaixadores de países árabes. Às 19h, faz comício em Taguatinga.


Mais de 80% dos in scritos fazem Enem
BRASÍLIA. Mais de 80% dos 1,8 milhão de estudantes inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) fizeram o teste, segundo cálculos prévios divulgados pelo Ministério da Educação ontem. O balanço final será divulgado até quarta-feira, mas os técnicos do MEC acham que a quinta edição do Enem foi muito bem-sucedida.

— O Enem já havia chegado à maturidade desde 2001. Este ano ele se consolidou como muito importante para o aluno e para o ensino médio — afirmou o ministro da Educação, Paulo Renato Souza.

Importância do voto foi tema para a redação
O Enem foi realizado em 2,5 mil diferentes locais de 600 cidades, das 13h às 18h. O tema da redação foi “O direito de votar: Como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais que o Brasil necessita?”. Para desenvolvê-lo, os estudantes puderam usar como base textos de Marilena Chauí, extraído do livro “Convite à filosofia”; de Norberto Bobbio, da obra “Qual socialismo? Discussão de uma alternativa” e do jornalista André Forastieri, publicado em uma revista semanal sob o título “Muito além do voto”.

Para a coordenadora do Enem, Maria Inês Fini, o assunto não poderia ser mais condizente com a realidade do país.

— O Enem é importante também para incentivar a auto-avaliação, uma coisa que não é muito comum em nossa cultura — disse Maria Inês.

A coordenadora atribui os bons resultados do Enem à importância do teste em algumas universidades públicas e particulares. Como exemplo, ela cita o caso da PUC do Rio, que, a partir do próximo ano, preencherá 50% de suas vagas com alunos que tiverem nota igual ou superior a sete no exame.

Ministro diz que prova cumpriu o objetivo
Segundo Paulo Renato, as 63 questões de múltipla escolha cumpriram bem o objetivo da prova, que é testar a habilidade e competência do aluno. O ministro observou que o exame também serve para orientar os estudantes na hora da escolha profissional e é uma alternativa aos processos seletivos para ingresso no ensino superior.


Propaganda eleitoral domingo e em sincronia
BRASÍLIA. O presidente em exercício do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Sepúlveda Pertence, determinou ontem que a propaganda eleitoral gratuita dos candidatos à Presidência transmitida no sábado fosse repetida excepcionalmente pelas emissoras de televisão na noite de ontem, das 20h30m às 20h55m. Os motivos foram os problemas técnicos ocorridos na transmissão dos programas no sábado. Durante a veiculação, as declarações dos candidatos foram transmitidas um pouco antes da imagem deles e houve uma paralisação do áudio por 32 segundos, segundo relatório entregue ao TSE pela Rede Minas e pela Brasil Telecom. Normalmente, não há transmissão de propaganda eleitoral gratuita aos domingos.

A pedido do TSE, técnicos da Rede Minas — geradora do programa — estão fazendo uma avaliação para descobrir se a falha nos cabos que provocou a falta de sincronismo do áudio e da imagem ocorreu na Rede Minas ou na Embratel, transmissora do programa para o país. Segundo técnicos da Rede Minas, a paralisação de 32 segundos do áudio aconteceu porque a equipe técnica da Brasil Telecom, responsável pela instalação da fibra ótica para a transmissão, tentou consertar o problema do sincronismo no ar.

O autor da reclamação foi o candidato do governo à Presidência, senador José Serra (PSDB/PMDB). O ministro do TSE deferiu a formação de cadeia nacional obrigatória de televisão não só para o programa de Serra como para toda a propaganda de sábado. Ele determinou que fossem tomadas as providências técnicas para corrigir a falha.


Artigos

Desenvolvimento sustentável?
Carlos Costa Ribeiro

“Satisfazer as necessidades de nossa geração sem comprometer a sobrevivência das gerações futuras.”

Definido pela primeira vez pela Comissão Bruntland, em 1987, o “desenvolvimento sustentável” estará sendo discutido esta semana em Johannesburgo, África do Sul, durante a Conferência das Nações Unidas já apelidada de Rio+10. Um conceito tão amplo, e tão carregado de fidalguia para com as próximas gerações, permite acomodar um número extraordinário de opções dos mais diferentes matizes, embora deixe em aberto questões práticas de como atingi-lo, em que prazos e sob que condições.

Mesmo assim, ele serviu de alicerce para a elaboração e a aprovação de cinco protocolos internacionais durante a Cúpula da Terra ou Rio-92, a saber: a Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento; a Agenda-21; as Convenções sobre Biodiversidade, e sobre Mudanças Climáticas; e uma Declaração de Princípios sobre Manejo Florestal.

As primeiras reflexões críticas sobre sua viabilidade no mundo real reacenderam o debate sobre a questão da conciliação entre desenvolvimento — “comandado” pelas forças de mercado — e proteção ambiental — “determinada” pela ação dos Estados via protocolos/convenções internacionais.

Assim, no horizonte de Johannesburgo já se delineiam duas correntes majoritárias de pensamento. A dos que consideram que os avanços foram pífios em relação às propostas contidas nos cinco acordos assinados no Rio de Janeiro em 1992, e a dos mais otimistas que sempre tiveram uma leitura evolucionista do que seja afinal o “desenvolvimento sustentável”.

Para o grupo mais pessimista o conceito indica uma meta clara e inequívoca de que “cada geração de seres humanos deve deixar os recursos naturais — como a água, o ar e o solo — tão ou mais puros quanto os encontraram ao chegar à Terra, bem como não alterar o número de espécies de animais e plantas então existentes”. Já para os defensores do que poderíamos chamar de neodarwinismo, a obrigação para com as futuras gerações não é manter o planeta como nós o encontramos, mas sim deixá-lo com a opção ou a capacitação de ser um lugar ainda melhor.

Portanto, dentro desta visão “mutagênica” fica implícita a noção realista de que os recursos naturais, sejam eles petróleo, florestas tropicais, ou os pandas gigantes, são substituíveis, assim como o foram nossos ancestrais e seu meio ambiente.

As expectativas de manter inseparáveis os conceitos de desenvolvimento e meio ambiente, debaixo da mítica da expressão “desenvolvimento sustentável”, parece que se dissolveram ao longo da década. A explicação para tal desapontamento se origina na constatação de que os objetivos das políticas econômica e ambiental são, na maioria dos casos, distintos, e as ações necessárias para atingi-los não são sempre as mesmas.

Entretanto é inegável que foram feitos avanços. A Rio-92 emitiu um sinal claro e vigoroso na direção da busca — com maior empenho e velocidade — de inovações tecnológicas e do estímulo ao surgimento de forças de mercado relacionadas a assuntos ambientais. Mesmo os mais céticos consideram que o conceito é uma ferramenta importante e indispensável na formulação de políticas integradoras e no aperfeiçoamento das permutas que sempre ocorrerão entre desenvolvimento e meio ambiente.

Por outro lado, o crescimento econômico que resulta do desenvolvimento é a única esperança para centenas de milhões de seres humanos que hoje vivem uma vida simples, do ponto de vista tecnológico, mas cercada de miséria, de subnutrição e sem acesso à educação. Não é mais possível justificar o adiamento de seu ingresso na sociedade tecnológica, com base nos resultados catastróficos para o meio ambiente obtidos quando se calcula que a expansão do desenvolvimento se fará com o emprego de tecnologias contemporâneas.

Com tal raciocínio, as permutas a que nos referimos acima implicarão riscos ambientais sempre de magnitude inaceitável. O equívoco está em n


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