Grupo Progressista condena eleições de Honduras



O Grupo Progressista do Mercosul aprovou nesta segunda-feira (30) uma declaração de "mais categórico desconhecimento" das eleições realizadas no domingo (29) em Honduras, assim como das autoridades eleitas. Segundo a declaração, as eleições sofreram vício de nulidade desde a origem, por terem sido convocadas por um "regime que executou o golpe militar que destituiu o governo constitucional do presidente Manuel Zelaya".

O texto adverte que todo golpe de Estado em um país latino-americano é um "atentado à história e às boas relações de convivência no continente, além do grave precedente que essa prática representa".

Entre os brasileiros, assinaram a declaração o senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS) e os deputados Dr. Rosinha (PT-PR), José Paulo Tóffano (PV-SP) e Beto Albuquerque (PSB-RS), juntamente com nove outros parlamentares dos outros países que integram o bloco.

Durante a sessão desta segunda-feira, houve uma tentativa frustrada de se colocar em votação uma declaração do Parlamento do Mercosul contra as eleições em Honduras, mas o texto não chegou a ser submetido a votação, uma vez que necessitava de maioria absoluta para entrar em pauta e parte dos parlamentares do Paraguai rejeitava a iniciativa.

O Grupo Progressista foi criado nesta segunda-feira e é composto por representantes de partidos de esquerda e centro-esquerda dos países que compõem o Mercosul.

O parlamento, entretanto, aprovou, declaração de contentamento com a "grande festa cívica" do povo uruguaio, que elegeu seu novo presidente em segundo turno no domingo (29), e suas "mais sinceras congratulações" ao presidente eleito do Uruguai, José Pepe Mujica. O projeto de declaração foi apresentado pelo deputado brasileiro Dr. Rosinha (PT-PR) e aprovado por aclamação pelo Plenário.

Após recordar a existência de uma cláusula democrática no Mercosul, a declaração destaca que as eleições uruguaias ocorreram "dentro da mais absoluta normalidade e tiveram alta participação popular, o que demonstra o alto grau de maturidade da democracia e da sociedade civil uruguaias". Os parlamentares expressaram ainda sua "convicção de que a renovada democracia uruguaia terá impacto positivo no processo de integração do Mercosul".

Grupo

Ainda durante a sessão, foi anunciada a criação do primeiro bloco político plurinacional do Parlamento do Mercosul - o chamado grupo progressista. Entre os seus integrantes estão os deputados brasileiros Beto Albuquerque (PSB-RS), Dr. Rosinha (PT-PR) e José Paulo Tóffano (PV-SP), presidente da Representação Brasileira no Parlasul.

No documento por meio do qual criam o grupo, os parlamentares consideram a integração como "uma construção comunitária de nações de alcance histórico e baseada em uma visão político-estratégica comum e no convencimento de que não há desenvolvimento sem integração".

"Reafirmamos nossa convicção de que nossas nações só poderão atuar no cenário global multipolar de hoje integradas em um bloco por meio do qual nossos povos possam expressar sua luta por um mundo melhor", afirmam os parlamentares do bloco.



30/11/2009

Agência Senado


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