GUILHERME PALMEIRA PEDE MEDIDAS DURADOURAS PARA O COMBATE À SECA



Um trabalho de educação do povo nordestino ao lado de medidas voltadas para obtenção permanente de água no sertão foram providências defendidas hoje (dia 15) pelo senador Guilherme Palmeira (PFL-AL) para acabar com o flagelo causado sazonalmente pela seca no Nordeste. O senador citou três maneiras de suprir de águas áreas carentes: o transvase dos rios, o aproveitamento de águas subterrâneas e a dessalinização da água.

Ele criticou a "escala ínfima" com que se utiliza o método de dessalinização com aproveitamento de águas subterrâneas no Nordeste. Lembrou que o processo é conhecido desde 1869, quando o governo inglês implantou a primeira planta de dessalinização em Aden, no Mar Vermelho, para abastecer navios a vapor.

Guilherme Palmeira destacou que, apesar disso, no Brasil, desde o início do século - com a fundação do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), em 1911 -, tem sido dada preferência ao método de açudagem, "que termina tornando insalubres e inaproveitáveis as regiões que deveriam se beneficiar do sistema, pela salinização que fatalmente ocorre na maioria dos casos".

O senador lembrou seminário realizado pela Câmara dos Deputados na semana passada, quando foi divulgado que mais de 89% de toda a água disponível nas regiões desérticas do Oriente Médio é dessalinizada. Palmeira destacou também a utilização das águas do rio São Francisco e os sistemas de irrigação em áreas específicas, como em Juazeiro e Petrolina.

- A questão de suprir de água e tornar habitável e aproveitável o que constitui o sertão nordestino não é, portanto, nem tarefa impossível nem um desafio invencível - frisou.

Palmeira citou a primeira dama Ruth Cardoso, antropóloga e presidente do Conselho do Comunidade Solidária, para quem é preciso - antes, durante e depois da seca - dar ao povo nordestino educação e informação, além de água, para que possa sobreviver. Lembrou também frase do governador do Ceará, Tasso Jereissati: "O mal da seca é que, passada sua devastação, nos esquecemos de seus dramáticos efeitos".

- São grandes famílias sem qualquer forma de educação e quase sem nenhuma assistência. De tal sorte que, dispondo de uma renda ínfima que equivale à do Haiti, em termos per capita, quando falta a chuva, falta-lhes tudo - disse o senador.

Palmeira condenou os que estão aproveitando o desespero dos flagelados da seca para incentivar furtos e saques. Para ele, é preciso que caia sobre eles o peso da lei e a condenação de toda a sociedade brasileira.

O senador pediu ainda que as comissões técnicas do Senado transformem as medidas paliativas e emergenciais "em um programa tecnicamente recomendável, politicamente viável e economicamente racional, de caráter permanente".



15/05/1998

Agência Senado


Artigos Relacionados


Armando Monteiro cobra soluções duradouras para problema da seca

GUILHERME PALMEIRA É CONFIRMADO PARA O CARGO DE MINISTRO DO TCU

GUILHERME PALMEIRA ALERTA PARA CRISE DO SETOR CANAVIEIRO

Valadares cobra medidas para o combate à seca no Nordeste

Valadares defende ações duradouras contra a seca no Nordeste

GUILHERME PALMEIRA DIZ QUE PERÍODO FOI HISTÓRICO