Haddad: é preciso melhorar a qualidade do ensino em todas as regiões



O ministro da Educação Fernando Haddad afirmou em audiência na Comissão de Educação nesta terça-feira (28) não ser possível melhorar a qualidade da educação no Brasil sem levar em conta a equidade, que só será atingida, segundo ele, se o ensino público no país obtiver o mesmo nível de qualidade em todas as regiões. A afirmação foi feita em resposta a indagações do senador Roberto Cavalcanti (PRB) sobre a necessidade de melhoria da qualidade na educação.

Haddad mencionou o Programa Internacionalde Avaliação de Alunos (Pisa), que verifica a aprendizagem de alunos de 60 países, no qual, conforme o ministro, o Brasil não ficou bem colocado. No entanto, comparou o ministro, metade dos brasileiros de 15 anos tem desempenho equivalente aos estudantes de Israel, país pequeno, com renda per capita três vezes superior à brasileira.

- Nosso problema é também de equidade. Não estamos conseguindo levar educação de qualidade a todas as regiões - disse o ministro.

Para Haddad, as medidas para melhoria do grau de proficiência dos estudantes podem não ter efetividade suficiente, se não forem acompanhadas de medidas que abranjam a equidade.

Roberto Cavalcanti manifestou preocupação também com o hábito da "leitura relâmpago" provocado pela Internet. Sobre o assunto, o ministro da Educação apresentou dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) segundo os quais após dois anos de conexão dos laboratórios de informática à Internet nas escolas públicas houve uma melhora de 10% no aproveitamento escolar dos estudantes.

- Até o fim de 2009, 55 mil escolas públicas estarão conectadas à Internet - anunciou Haddad. O ministro admitiu, no entanto, dificuldades para implementação da banda larga nas escolas rurais.

Analfabetismo

Outro ponto levantado por Cavalcanti foi a sugestão do ex-ministro da Educação e atual senador pelo PDT, Cristovam Buarque, de que os meios de comunicação promovam uma campanha pela erradicação do analfabetismo.

Haddad disse que a meta de redução do analfabetismo prevista no Plano Nacional de Educação (PNE) é atingir 6,6% de analfabetos em 2015. O ministro informou que o Programa Brasil Alfabetizado tem 1,6 milhões de brasileiros cadastrados e 100 mil alfabetizadores.

O senador Cristovam Buarque afirmou discordar do enfoque atual dado pelo Ministério ao problema do analfabetismo. Sugeriu a criação de um programa em que o alfabetizador fosse pago por aluno alfabetizado. O custo, segundo ele, seria de R$ 500 milhões. Ele avalia que em quatro anos o analfabetismo seria reduzido em doía ou três pontos percentuais.

Cristovam anunciou a realização de debate na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) sobre a alfabetização como direito humano.



28/04/2009

Agência Senado


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