Hartung lamenta mudança na agenda internacional que diminui peso do Brasil



O senador Paulo Hartung (PSB-ES) lamentou que a mudança de prioridades da agenda internacional, em função da nova ênfase do governo norte-americano no combate ao terrorismo, tenha resultado numa redução do peso relativo da América Latina na conjuntura atual e, em conseqüência, do Brasil. Para ele, será difícil ver o mundo seguindo o conselho do presidente Fernando Henrique Cardoso de "trocar o medo por uma agenda de esperança".

Na avaliação de Hartung, também é negativo para o Brasil o fortalecimento de correntes políticas nacionais contrárias aos processos de integração cooperativa no plano internacional. O futuro do país é muito dependente da integração econômica competitiva, por ser eventual parceiro e potencial concorrente de países desenvolvidos, observou.

- Como não dispomos de elementos para induzir alterações na agenda internacional, precisamos superar nossas vulnerabilidades econômicas, se não quisermos ficar reduzidos a uma diplomacia de meros discursos - disse.

O senador pelo Espírito Santo afirmou que o Brasil precisa de uma política de defesa dos interesse nacionais, articulada com uma perspectiva de inserção global com capacidade de decisão. Isso, afirmou, passa pela ampliação do comércio exterior e por uma postura mais comprometida com a política regional e com o fortalecimento do Mercosul.

Dentro deste quadro, também será necessária a atualização da leitura nacional do tema de segurança global, em termos de uma política regional. O peso estratégico do Brasil na América do Sul fortalece um maior envolvimento com uma política de combate ao crime em escala internacional, fato que reforça as prioridades internas com segurança pública, contrabando de armas e de drogas, explicou.

Ao concluir seu pronunciamento, Hartung alertou para a necessidade de que seja revista a integração comercial no âmbito continental, com a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e a nova rodada da Organização Mundial do Comércio de maneira a repensar o papel do Brasil no plano internacional nesta nova fase da globalização, definindo as estratégias mais adequadas aos objetivos específicos do país.



22/05/2002

Agência Senado


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