Hartung lamenta situação da saúde bucal no Brasil



Ao lembrar o Dia da Saúde Bucal, celebrado no último dia 23, o senador Paulo Hartung (PSB-ES) afirmou que a situação da saúde bucal, no Brasil, é desoladora. Ele criticou decisão do Ministério da Saúde, que em 1984 adotou "uma filosofia ímpar no mundo", separando a saúde em duas, contrariando normas da Organização Mundial da Saúde, que recomenda a noção de saúde integral.

Na avaliação do senador, a partir da decisão do Ministério da Saúde iniciou-se um processo de desagregação dos serviços odontológicos públicos, agravado pelo fato de que desde 1978 o governo não realiza concursos para cirurgiões-dentistas. Por outro lado, observou Hartung, o excesso de cursos de Ondontologia no Brasil, autorizados pelo Ministério da Educação, tem provocado uma "situação mercadológica calamitosa", que só será resolvida com uma política efetiva de interiorização da saúde.

- A situação no Brasil, é, portanto, paradoxal. Temos tantos dentistas e um número irrisória da população assistida - disse o senador.

Hartung citou dados do IBGE segundo os quais 30 milhões de brasileiros nunca tiveram acesso a serviços odontológicos. Ele louvou a iniciativa do ministro da Saúde, José Serra, de incluir os cirurgiões-dentistas nas equipes do Programa Saúde da Família, mas lamentou que prefeitos e secretários de saúde desviem verbas destinadas à contratação de dentistas do programa para utilizar os recursos no pagamento da folha salarial dos quadros já existentes.

Hoje, disse o senador, a grande luta dos dentistas e de suas representações é no sentido de sensibilizar os governos e os políticos para reverter o quadro desolador da saúde bucal no Brasil. Enquanto 80% da população tem renda de até três salários mínimos e é incapaz de pagar pela saúde privada, o país conta com o maior e mais capacitado contingente de profissionais do mundo precisando trabalhar.

25/10/2001

Agência Senado


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