Hélio Costa rememora os 40 anos da cassação de Juscelino Kubitschek



O senador Hélio Costa (PMDB-MG) rememorou nesta tereça-feira (15) em Plenário os 40 anos da cassação, pelo regime militar, do mandato de senador de Juscelino Kubitschek. Ele afirmou que, embora triste, a data serve para dar, ao Brasil e aos brasileiros, lições preciosas sobre a necessidade de se lutar pela manutenção da ordem democrática, a única capaz de preservar os valores mais altos da nacionalidade.

- Não é possível deixar de pensar no que teria acontecido ao Brasil, caso Juscelino tivesse sido eleito para governar o país por mais cinco anos. Certamente o progresso num segundo mandato teria sido ainda maior do que durante o primeiro, porque Juscelino era um estadista marcado para modernizar a administração pública e imprimir novo ritmo à política econômica - afirmou.

Ele lembrou que, ao sair da Presidência da República, Juscelino foi eleito senador por Goiás e, no Senado, no dia 3 de junho de 1964, fez um discurso profético, porque já sabia que seria cassado. Dias depois, disse, foi perpetrado -o ato de truculência e arbitrariedade que foi suspender seus direitos políticos por dez anos-.

- Não se cassava, ali, apenas mais um mandato político. Para o infortúnio dos brasileiros, cassava-se uma das maiores vocações da política nacional, um extraordinário talento na arte de governar e a esperança de se recolocar o Brasil no caminho do progresso e do desenvolvimento econômico e social, em curto prazo - avaliou.

Segundo Hélio Costa, não se alegou qualquer motivo para cassar o mandato de JK, mas analistas e historiadores têm por certo que a liderança e a popularidade de Juscelino representavam um risco para a perpetuação de seus adversários no poder.

O senador por Minas Gerais enfatizou, no entanto, que o povo brasileiro deu a Juscelino a absolvição que lhe foi negada pelos comandantes militares. Por ocasião de sua morte, em trágico acidente no dia 23 de agosto de 1976, foram-lhe prestadas homenagens, no Rio de Janeiro e em Brasília, que demonstraram de maneira inconteste o carinho e o reconhecimento que a população tinha por ele, concluiu Hélio Costa.



15/06/2004

Agência Senado


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