HELOÍSA CONTESTA ARGUMENTOS DO GOVERNO CONTRA REAJUSTE DO FUNCIONALISMO



A senadora Heloísa Helena (PT-AL) contestou, nesta trça-feira (dia 30), nota divulgada no dia 24 pelo ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Martus Tavares, sobre os otivos pelos quais o governo não atenderia a proposta de reajuste de 63,68% para o funcionalismo público. Ela afirmou que a prioridade do governo federal é o pagamento de juros, amortização e encargos da dívida pública interna e externa, em prol da qual estaria perpetrando "inverdades, impropriedades e mentiras" sobre a verdadeira situação das despesas públicas com pessoal. Os argumentos reunidos pela senadora constam de documento elaborado pela Coordenação Nacional das Entidades de Servidores Federais, cujo comando unificado solicitou audiência com o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, para que este interceda junto ao ministro por encontro sobre a pauta de reivindicações dos funcionários públicos. Os servidores federais querem aproveitar a presença de Martus Tavares na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, nesta quarta-feira (dia 31), onde ele deverá explicar cortes efetuados no Orçamento da União deste ano, conforme requerimento do senador Jader Barbalho (PMDB-PA). À afirmação do governo de que a folha de pagamento do funcionalismo alcançou R$ 53,6 bilhões, Heloísa Helena precisou que este seria o valor bruto da folha acumulada dos últimos 12 meses. Acontece, enfatizou, que sobre esse valor incidem a contribuição previdenciária de 11% dos servidores civis (4% dos militares) e Imposto de Renda de até 27,5%, de modo que o governo gastaria no máximo R$ 36 bilhões anuais com servidores civis e militares, ativos, inativos e pensionistas. Com Encargos Financeiros da União, que incluem juros e amortização da dívida pública, o governo pretende gastar R$ 143,3 bilhões, "quase quatro vezes o total da folha líquida", disse a senadora.Ao cálculo de que um reajuste de 63,68% representaria despesa adicional de R$ 34,1 bilhões, a senadora corrigiu o governo dizendo que esse valor só seria atingido se o reajuste fosse retroativo a 1º de janeiro, se não se descontasse a contribuição previdenciária e o IR, se fosse aplicado também aos servidores militares e se todas as vantagens pessoais e demais "penduricalhos salariais" fossem acrescidos na mesma proporção. Haveria, disse, "um gasto máximo adicional anual de R$ 22,92 bilhões". Quanto ao argumento do governo de que um reajuste de 1% resultaria em despesas extras de R$ 536 milhões ao ano, Heloísa Helena afirmou que custaria muito menos, mas, fosse esse total, ele "seria menos do que o que é gasto em 33 horas de pagamento dos encargos financeiros da União". Os dados com que contestou os números do governo são oficiais, afirmou a senadora.

30/05/2000

Agência Senado


Artigos Relacionados


Jarbas Vasconcelos contesta argumentos do governo e reitera que votará contra a CPMF

Heloísa Helena: "É falta de vergonha" usar argumentos de FHC contra salário mínimo mais elevado

HELOÍSA DIZ QUE PT ESTUDA AÇÃO JUDICIAL CONTRA TETO PARA FUNCIONALISMO

Rocha espera que governo assegure reajuste salarial ao funcionalismo

Líder do governo diz que oposição retarda reajuste para funcionalismo

HELOÍSA CONTESTA CRÍTICAS DO GOVERNO E DA IMPRENSA AO MST