HELOÍSA HELENA CONSIDERA MAIS EFICAZ APLICAR A LEI EM VIGOR



Para a senadora Heloísa Helena (PT-AL), mais importante que aprovar um projeto proibindo armas de fogo é aplicar a legislação em vigor, que já contém inúmeras normas destinadas a conter a violência. Ela expôs esse entendimento na audiência pública realizada para debater os projetos que tratam do assunto. "Me surpreende muito que, de repente, todo o discurso em relação à violência fique pautado aqui, quando podíamos tomar outras providências primeiro", aconselhou ela.
Como exemplo, Heloísa Helena disse que o poder público poderia fazer um cadastro rigoroso das armas disponíveis, fortalecer a estrutura da Polícia Federal no combate ao nacotráfico e aplicar as restrições já previstas na lei em vigor. Uma de suas preocupações é quem garantirá as pessoas que entregarem suas armas. Na opinião da senadora, o Brasil é um país de serviços ineficientes de segurança pública, onde o narcotráfico age livremente e onde a máfia italiana já informou que o dinheiro dos bingos tem ligações com o tráfico de drogas.
"Eu queria ver o governo federal tomar outras medidas, queria ver outras iniciativas serem tomadas primeiro", preconizou a senadora. Embora disposta a participar de mais discussões sobre a proibição de armas, ela sustentou que essa iniciativa não é uma panacéia contra a violência. Também disse que os argumentos dos defensores da indústria de armas quase a inclinaram a aprovar o projeto. "Mas gostaria de participar de mais debates, para não vendermos para a sociedade aquilo que não vamos fazer", afirmou.
Com dados oficiais segundo os quais apenas 1,5% da população está armada, Heloísa Helena questionou se um simples projeto proibindo o porte de arma vai reduzir a violência. Antes, insiste ela, é preciso discutir que outras providências podem ser tomadas. A senadora admitiu, contudo, ter uma grande preocupação com o tráfico e indagou quem vai enfrentar, por exemplo, a estrutura criminosa organizada num morro que disponha de um grande arsenal. Para isso, ela acha que a Polícia Federal precisa ser mais aparelhada.

13/01/2000

Agência Senado


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