HELOÍSA HELENA DEFENDE MST E CHAMA O GOVERNO DE BADERNEIRO



"Baderneiros, foras-da-lei e saqueadores não estão no MST", disse, nesta quarta-feira (dia 3), a senadora Heloísa Helena (PT-AL), líder do Bloco Oposição no Senado. Ela acusou o governo, os latifundiários e os meios de comunicação de mover uma campanha para denegrir o Movimento dos Sem Terra (MST) e desmoralizá-lo junto à opinião pública. De acordo com a senadora, o MST é um movimento social legítimo, que tem pressionado continuamente o governo a promover a reforma agrária. - Dizer que o MST é a grande expressão de destruição do patrimônio público é no mínimo um exagero contábil. Algumas cadeiras, mesas ou vidros quebrados são prejuízos insignificantes perto da destruição de patrimônio público patrocinada por muitos que acusam o Movimento dos Sem Terra - afirmou Heloísa Helena.A líder oposicionista listou alguns dos danos ao patrimônio que teriam sido causados pelo governo.- Podemos fazer uma pequena retrospectiva da baderna promovida pelo governo no processo de privatização. A Vale do Rio Doce foi vendida com U$ 700 milhões em caixa, com a desculpa de que era para pagar os juros e serviços da dívida pública, nunca pagos. A Telesp foi privatizada com um R$ 1 bilhão em caixa. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foi comprada com "moeda podre", graças aos recursos emprestados pelo BNDES. A Açominas foi vendida depois de investimentos de R$ 4 bilhões. Quanto à privatização da Telebrás, um dia ainda faremos uma CPI para avaliar os gigantescos danos ao patrimônio público. A senadora Heloísa Helena mencionou ainda a aprovação pelo Senado da rolagem da dívida da Prefeitura de São Paulo, que de acordo com a parlamentar, foi causada "pela ação de saqueadores dos cofres públicos". Veemente, ela defendeu a ocupação de terras que não cumprem sua função social, como estabelece a Constituição, e por outro lado condenou a invasão de terras públicas através de falsificação de documentos em cartórios, muitas vezes com a conivência oficial. Heloísa Helena disse que para acabar com o MST, bastaria que o governo atendesse às reivindicações sociais.- Façam a reforma agrária para fazer deste país uma gigantesca Nação, com desenvolvimento econômico, com produção de alimentos, combate à fome, geração de emprego e renda - concluiu a senadora.

03/05/2000

Agência Senado


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