Heloísa Helena: "Não posso ficar refém da memória de ACM"
Heloísa lembrou que, inicialmente, Antonio Carlos garantiu que o painel era inviolável e que, depois, ela leu na imprensa a conversa do então presidente do Senado com os procuradores do Ministério Público Federal (MPF). "Fiquei extremamente assustada porque Vossa Excelência tinha me respondido daquela forma, mas no MPF assacava dessa forma contra a minha palavra. Significava a sua vida contra a minha vida", disse a senadora. Ela também lembrou as vezes em que o senador afirmou desconhecer a existência da lista.
Segundo Heloísa Helena, a imprensa "passou a esquecer tudo". Ela disse que a mídia deixou de investigar os crimes contra a administração pública e as denúncias de corrupção e passou a trabalhar exclusivamente em função do que Antonio Carlos dizia. "Eu falava todo o tempo que votei a favor da cassação, que enfrentei, que lutei, que trabalhei duro, mas nada disso valia. O que valia era a palavra de ACM. Por isso é muito difícil agüentar essa reunião", justificou.
Antonio Carlos reafirmou não ter mais a lista. "Se tivesse também não poderia revelar, porque estaria cometendo um crime em relação à votação secreta. O que posso lhe dizer é que muitas vezes tratei com a senhora da cassação de Luiz Estevão", disse o senador. Ele lembrou que, certa vez, no Plenário, chamou Heloísa Helena à Mesa para informar que "determinada pessoa" desejava votar contra a cassação de Luiz Estevão. Segundo o senador, Heloísa foi até a pessoa e retornou dizendo que a "determinada pessoa" votaria a favor da cassação. "Isso é uma demonstração de que eu sabia da sua posição", observou o senador. Antonio Carlos não revelou o nome dessa pessoa e disse não acreditar que Heloísa Helena tenha votado contra a cassação de Luiz Estevão.
26/04/2001
Agência Senado
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