Heloísa Helena pede discussão qualificada e ideológica da política econômica
A senadora Heloísa Helena (PT-AL) revelou que durante reunião realizada com o líder do governo no Senado, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), e o líder do seu partido na Casa, senador Tião Viana (PT-AC), pediu para que o governo tivesse um pouco mais de cautela com relação a questões polêmicas, como a independência do Banco Central e a Reforma da Previdência. Ela informou que o encontro se deu em um clima de respeito mútuo.
Nos últimos dias, a senadora e alguns parlamentares do PT também vêm criticando a política econômica que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva está adotando nesse início de gestão. O deputado federal Babá (PT-PA) disse, nesta quinta-feira (6), que não confiava no ministro Antônio Pallocci, do Planejamento, -nem como médico-. Babá declarou ainda que entregar a presidência do Banco Central a Henrique Meirelles é o mesmo que deixar um vampiro tomando conta de um banco de sangue.
- Tenho certeza de que o deputado Babá usou uma força de expressão quando afirmou que não confia em Palloci nem como médico. Até lembrei a ele que o debate que estamos fazendo é o de mostrar nossa contrariedade com relação aos rumos da política econômica. Amanhã mesmo eu posso me consultar com ele (Antônio Palloci). Como médico, não tem nenhum problema - afirmou Heloísa Helena.
Sobre a frase do deputado Babá de que Meirelles seria -um vampiro tomando conta de um banco de sangue-, Heloísa Helena comentou que declarações como essa foram feitas em outras ocasiões, só que a metáfora era diferente: tratava de raposas tomando conta de galinheiros. O importante, na avaliação da senadora, é que o partido estabeleça um debate qualificado, programático, de idéias e ideologizado.
Heloísa Helena acha que a unidade partidária não pode ser construída por meio do uso da força, mas pelo debate, pela utilização de argumentos, sem que um lado tente desqualificar o outro. Ela acrescentou que o momento é importante para o PT e defendeu o direito das tendências internas do partido manifestarem suas posições sobre o modelo de política econômica que deve ser implantado no Brasil.
- Sou uma pessoa de coração tranqüilo, quando me respeitam. Quem quiser me convencer, que o faça pelo argumento. Dessa forma eu fico uma doçura permanente. Agora, se quiser me convencer pela força, aí eu viro onça. Minha tranqüilidade nesse momento (quinta-feira à noite) é reflexo do debate qualificado, programático e respeitoso que tive com os líderes Tião Viana e Aloízio Mercadante - explicou.
06/02/2003
Agência Senado
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