HELOÍSA: "PARA ACABAR COM MST, BASTA FAZER A REFORMA AGRÁRIA"
Heloísa esclareceu que havia se inscrito para falar sobre a reedição da MP 1.939, que trata de isenção fiscal na compra de carros por deficientes, mas "impressionada com a agressividade" das palavras de Arruda, José Fogaça (PMDB-RS) e Romero Jucá (PSDB-RR) que condenaram as recentes ocupações realizadas pelo MST, decidiu fazer alguns esclarecimentos.
- Através de um trabalho realizado pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado sobre o problema fundiário no Brasil, verificou-se que o governo só fazia a reforma agrária nos lugares onde já tinha ocorrido ocupações - disse ela, observando que a dinâmica adotada pelo governo para tratar da divisão da terra está atrelada às ocupações.
Heloísa discordou dos representantes do governo e dos senadores que criticaram as ocupações sob a ótica do desrespeito ao estado de direito. Ela entende que o agravamento dos desequilíbrios sociais, tanto no campo quanto nas cidades, resulta da incompetência e da insensibilidade oficiais.
A senadora questionou a coerência de algumas autoridades brasileiras, chamando a atenção para a diferença entre o que dizem e o que fazem ou fizeram ao longo de suas vidas.
- Com que autoridade esse governo, que agride a Constituição tão freqüentemente, como o fez e continua a fazê-lo com o programa de privatizações, para não falarmos nos episódios como o da compra de votos para a aprovação da reeleição e tantos outros, vem dizer que os integrantes do MST é que são os artífices desse estado de coisas?
Em aparte, o senador Geraldo Melo (PSDB-RN) chamou a atenção da senadora para a existência de aproximadamente cinco milhões de pequenos proprietários rurais que também se encontram em graves dificuldades. Esses agricultores estão tendo suas terras confiscadas por não terem como pagar seus empréstimos, e cerca de três milhões de pequenas propriedades estão à venda, disse Melo, que também condenou as ocupações do MST.
Heloísa acusou o governo de tratar com irresponsabilidade os pequenos agricultores. Prova disso, segundo ela, é que na hora de perdoar as dívidas dos produtores rurais junto ao Banco do Brasil, só foram beneficiados aqueles que deviam mais de R$ 200 mil.
05/05/2000
Agência Senado
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