Henrique Meirelles destaca solidez da economia nacional



Matéria retificada em 29/05/2009 às 12h33

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, manifestou sua expectativa de um "crescimento robusto" da economia brasileira, após o arrefecimento da crise financeira mundial.

- Nós temos espaço para sair dessa crise crescendo, ao contrário de muitas crises anteriores de onde saímos tão enfraquecidos que, ao primeiro sinal de crescimento, revelavam-se desequilíbrios macroeconômicos hoje não mais presentes - disse.

Para justificar a previsão otimista, Meirelles destacou o fato de o país contar no momento atual com reservas cambiais em moeda estrangeira maiores do que no início da crise. Do mesmo modo, ele considerou a contínua tendência de queda da dívida pública, medida em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), e da taxa de inflação, bem como a retomada de investimentos no setor industrial, como indicativos de que o país poderá crescer a taxas mais elevadas do que a média histórica, já a partir do ano que vem.

Comentando sugestão do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) sobre a possibilidade de se utilizar a taxa de juros não apenas para o controle da inflação, mas, sobretudo, como instrumento de fomento da economia e de redução do desemprego, Meirelles observou que tal prática de perseguir objetivos diversos tem dado resultados negativos.

Respondendo a críticas sobre uma possível falta de ação do Banco Central, visando conter a tendência atual de desvalorização do dólar frente ao real, Meirelles observou que em países cuja economia é fortemente dependente da exportação de commodities, como é o caso do Brasil e da Austrália, as políticas de controle cambial têm se mostrado incapazes de reverter tendências de desvalorização cambial.

Meirelles afastou também preocupações de deputados relativas a um possível aumento da entrada de capitais especulativos na economia brasileira em função das altas taxas de juros internas. Segundo ele, a grande entrada de capitais verificada recentemente no país não é resultado das taxas de juros, mas se deve principalmente à contratação de financiamentos externos pelo setor empresarial e à retomada de planos de investimentos de multinacionais.

Em resposta a questão formulada pelo deputado Vanderley Macris (PSDB-SP), relativizando o reaquecimento das vendas de automóveis verificado em março, Meirelles reconheceu a possibilidade influência no resultado da antecipação de compras dos consumidores, em razão da expectativa de não prorrogação da isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).



27/05/2009

Agência Senado


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