Heráclito critica 'arrogância' do governo federal no episódio do apagão elétrico



O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) criticou nesta sexta-feira (13) a "arrogância com que o governo federal tratou de retirar de seus ombros" a responsabilidade pelo apagão que esta semana deixou sem energia elétrica 40% da população brasileira. O governo, em sua avaliação, pode não ter cometido omissão, mas, como observou, é o gestor do setor elétrico e foi o responsável pelo não investimento na criação e expansão das redes. Segundo o senador, há informação de que somente cerca de 30% do necessário foram investidos durante a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Para ele, o governo deveria ser mais humildade e ter instalado imediatamente um comitê de crise para dar satisfação à população brasileira. O senador argumentou que não podem ser esquecidas as pessoas vitimadas pelo acidente. Moradores de importantes cidades, observou Heráclito, tiveram sua rotina quebrada. O setor produtivo também foi atingido, segundo assinalou, com prejuízos para grandes e pequenos empresários.

- Querer tratar o episódio como um microacidente é debochar do povo brasileiro - criticou.

Heráclito disse acreditar que o governo peca por "politizar" o setor de energia, preenchendo cargos de direção das empresas pelo critério da afinidade política e acomodação de aliados.

O senador também criticou a estratégia do governo para tentar blindar a ministra da Casa Civil e provável candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, nesse episódio. Heráclito lembrou que ela foi ministra de Minas e Energia no início do governo de Lula e que continua exercendo influência no setor elétrico. Assim, em sua avaliação, se ela está sendo preparada para a presidência, deveria enfrentar o problema, e não ser poupada.

Heráclito também criticou a forma como o presidente da República tem tratado o caso do "mensalão". Ele classificou de hilária a declaração de Lula de que o episódio teria sido uma "sabotagem" ao seu governo. O "mensalão", disse ele, não é armação de ninguém, mas é fruto da cobiça de pessoas que assumiram o poder sem preparo e que resolveram formar caixa para eleição futura.Prova disso, conforme Heráclito, é que Lula afastou integrantes de seu governo. Se não tivesse ocorrido o problema, continuou o senador, e para não cometer injustiça, o presidente teria preservado essas pessoas em seus cargos. 



13/11/2009

Agência Senado


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