SIMON CRITICA GOVERNO PELO EPISÓDIO DALLARI



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) criticou hoje (dia 10)duramente o governo Fernando Henrique Cardoso pela pouca atenção que, segundo o parlamentar,vem dando às credenciais éticas e morais de quem nomeia.O senador gaúcho analisou as denúncias contra o secretário de acompanhamento econômico, José Milton Dallari.O secretário deve ser demitido se ficar comprovado que prestava assessoria às empresas com que ele, como funcionário público, deveria negociar reajustes.

-O presidente da República, ao desativar a Comissão Especial de Investigações (CEI) e impedir a CPI das Empreiteiras, cometeu um lamentável equívoco em sua biografia.Pessoalmente, estou muito magoado com meu amigo Fernando Henrique Cardoso - disse Simon.Paraele, a manutenção da CEI,como funcionava no governo Itamar Franco, evitaria o desgaste de casos como o de Dellari, pois o presidente seria informado de que ele estava legal e éticamente impedido de exercer o cargo.

Pedro Simon, em seu longo discurso, relembrou episódios anteriores dos governos Itamar Franco e José Sarney.Disse que, como líder do governo, foi certa vez encarregado pelo presidente Itamar de convidar o empresário Antônio Ermírio de Moraes para o Ministério de Minas e Energia.Ermírio se disse emocionado pela lembrança, mas recusou porque tinha várias empresas atuando no setor de competência do ministério, o que, eticamente, o impedia de exercer o cargo."Um exemplo ético que o senhor Dallari não demonstrou", disse Simon.

Lembrou também que, como ministro da Agricultura no governo Sarney, foi obrigado a pedir que o presidente da República assinasse uma demissão que o levou (a ele, Sarney) às lágrimas."Era um rapaz que fora nomeado pelo falecido presidente Tancredo Neves para o antigo Instituto Brasileiro para o Desenvolvimento Florestal (IBDF).O doutor Tancredo queria o pai desse rapaz no cargo, um velho amigo dele, escritor, que vive em um barco na Amazônia (N.da R.:o escritor e acadêmico Mário Palmério).Este amigo não aceitou e indicou o filho, que por infelicidade, tinha deslizes na biografia, e tivemos que demiti-lo", explicou Simon.

O senador reportou-setambém a relação de nomes levada pelo senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) ao presidente Fernando Henrique Cardoso e que, segundo disse,mereceu pouca atenção do presidente."O senador Antonio Carlos cumpriu com o seu dever, e a sua colaboração deveria ter recebido maior atenção do presidente", frisou Simon.Apartearam o discurso do senador do PMDB os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) eJosé Eduardo Dutra (PT-SE).



09/08/1995

Agência Senado


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